Topo

Merkel afirma que aproximação com China e Índia não é um gesto contra os EUA

30/05/2017 09h22

Berlim, 30 mai (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta terça-feira que sua aposta de aproximar as relações bilaterais do seu país com Índia e China, cujos primeiros-ministros visitam Berlim esta semana, não deve ser entendido como um movimento contra outros Estados e contra as relações transatlânticas.

"A relação transatlântica é de extraordinária importância", comentou Merkel na coletiva de imprensa que ofereceu em Berlim junto com o premiê indiano, Narendra Modi, ao ser questionada sobre se vai olhar mais para a Ásia após comprovar que a Alemanha e a UE não podem mais contar plenamente com seus aliados tradicionais, em referência aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

Merkel insistiu na importância das relações com os EUA, independentemente dos "debates concretos", mas insistiu também na necessidade de que a Europa seja um ator independente no contexto global.

"A Europa deve ser um ator que se envolva nos assuntos internacionais", disse Merkel, que acrescentou que o bloco já fez as suas primeiras intervenções neste âmbito na Ucrânia e na Líbia, mas também mostrou carências em questões como a crise dos refugiados e a luta contra o desemprego juvenil.

Nesse contexto, a chanceler comentou também que aproximar as relações políticas e comerciais com Índia e China tem um "significado muito importante" para a Alemanha e que esta tentativa, "de forma alguma", "está voltada contra qualquer outra relação".

"É claro que (este movimento) não está voltado contra a relação transatlântica, que para nós tem e terá grande importância histórica", enfatizou a chefe do governo alemão.

A chanceler gerou manchetes nos jornais de todo o mundo no domingo ao assegurar em um ato político que "os tempos em que se podia confiar em outros ficaram para trás", em referência aos EUA e ao Reino Unido, e acrescentou que essa era a sua conclusão após as cúpulas do G7 e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): "Isso é algo que vivenciei nos últimos dias".

"Nós, os europeus, temos que ter nosso destino em nossas mãos", concluiu a chanceler.