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Trump chama democratas de "obstrucionistas" por rejeição à lei de saúde

25/06/2017 14h28

Washington, 25 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou os democratas como "obstrucionistas" por sua oposição ao plano de saúde impulsionado pelos republicanos do Senado e destinado a desmantelar a reforma sanitária do ex-governante Barack Obama, conhecida popularmente como "Obamacare".

Em uma entrevista neste domingo à emissora "Fox", Trump considerou que a "hostilidade" entre os dois partidos tem se exacerbado, até o ponto em que os democratas decidiram "obstruir" qualquer um dos temas da sua agenda legislativa.

"Com o tema da proposta de saúde, seria tão bom se os democratas e os republicanos pudessem unir-se e envolver seus braços ao redor disso (o plano de saúde) e chegar a algo com o que todo o mundo estivesse contente. É tão fácil, mas não vamos ter nem um voto democrata, nem um", lamentou Trump.

"Se fosse a melhor iniciativa proposta na história da humanidade, tampouco teríamos um voto, é uma coisa terrível", acrescentou.

O governante americano voltou a atacar assim a oposição democrata, que anunciou que votará em bloco contra a proposta de saúde, revelada esta semana pelos republicanos do Senado após semanas de reuniões secretas entre 13 senadores, encabeçados pelo líder da maioria republicana, Mitch McConnell.

Na entrevista, Trump criticou o lema "resistir", que se transformou no grito de guerra de alguns democratas para fazer frente ao seu governo.

"O seu lema é 'resistir', o lema deveria ser 'juntemos-nos', mas o seu lema é 'obstrução' e o problema é que se transformaram em obstrucionistas. É um lema terrível para ser escolhido e para as pessoas deste país. Resistência, obstrução, isso não é o que o povo quer", argumentou.

Dessa forma, Trump atacou diretamente o líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer, que criticou a proposta de saúde há duas semanas, quando o seu conteúdo ainda era secreto porque as deliberações para redigir o texto estavam acontecendo a portas fechadas.

Nesta semana, a liderança republicana do Senado dos EUA divulgou o seu plano de saúde, que elimina a maioria dos impostos e mandatos do "Obamacare", entre eles a obrigatoriedade de adquirir cobertura médica, ainda que mantenha um sistema de subsídios para ajudar os cidadãos a contratar um seguro.

A liderança republicana do Senado quer submeter o projeto à votação no final da próxima semana, mas a oposição de cinco senadores republicanos deixa muitas dúvidas sobre suas chances de seguir adiante.

Por enquanto, os senadores republicanos que se opuseram ao plano de saúde são o moderado Dean Heller e os ultraconservadores Ted Cruz, Ron Johnson, Mike Lee e Rand Paul.

Os republicanos necessitam de 50 votos para aprovar o seu projeto de lei no Senado, e ocupam 52 cadeiras nessa câmara, razão pela qual só poderiam perder dois deles, uma vez que não se espera que nenhum democrata respalde essa proposta legislativa.