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Parlamento do Iraque pede fechamento de fronteira com Curdistão

25/09/2017 10h43

Bagdá, 25 set (EFE).- O Parlamento iraquiano solicitou nesta segunda-feira ao primeiro-ministro Haider al-Abadi o envio de forças de segurança para as zonas em disputa com a região autônoma do Curdistão e o fechamento das ligações por terra com esta província, informou à Agência Efe um deputado, que não quis ter o nome revelado.

Segundo a fonte, os parlamentares concordaram em solicitar ao premier, que também ocupa o cargo de chefe das Forças Armadas, uma série de medidas em resposta à realização do referendo de independência do Curdistão iraquiano hoje, rejeitado frontalmente pelo Executivo em Bagdá. Além das quatro regiões do Curdistão iraquiano - Dohuk, Erbil, Sulaymaniyah e Halabja -, as autoridades curdas e centrais disputam vários territórios nas províncias de Kirkuk, Diyala e Nínive, que administrativamente dependem de Bagdá, mas que são controladas de fato pelas forças de segurança curda, conhecidas como "peshmergas".

Desde os anos 90, o Curdistão iraquiano tem status de região autônoma e isso foi reconhecido na Constituição de 2005, na qual o Iraque é definido como um Estado federal. Nos territórios sob a sua administração só operam forças de segurança que respondem às ordens de Erbil, a sua capital, e que se encarregam de controlar as zonas de fronteira, tanto nacionais quanto internacionais (com a Turquia e o Irã), onde a passagem só acontece através de postos de controle.

Os legisladores, que votaram sema presença de deputados curdos, também solicitaram a proibição da implantação de empresas em qualquer das quatro regiões do Curdistão iraquiano. Os políticos também demandaram a saída do governador de Kirkuk, Najmiddin Karim, cuja destituição foi aprovada pela Assembleia Legislativa no último dia 14. Ele foi cassado por permitir a realização do referendo nesta cidade sob o controle efetivo dos curdos, ainda que administrativamente dependente de Bagdá.

Hoje, os curdos foram às urnas para decidir se desejam a independência da sua região, apesar da rejeição e das pressões do Executivo em Bagdá, de países vizinhos e da comunidade internacional, que acreditam que a votação pode ser uma nova fonte de conflito na desestabilizada região do Oriente Médio.