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EUA acolherão máximo de 45.000 refugiados em 2018, menor nível desde 1980

27/09/2017 21h21

Washington, 27 set (EFE).- Os Estados Unidos pretendem admitir o limite máximo de 45.000 refugiados no ano fiscal 2018, o menor estabelecido desde 1980, uma redução que o governo de Donald Trump justificou, em parte, pela necessidade de garantir "a segurança do povo americano".

O Departamento de Estado dos EUA enviou hoje ao Congresso as cifras máximas de refugiados que o governo poderá admitir no ano fiscal que começa no próximo dia 1º de outubro e concluirá em 30 de setembro de 2018.

"Admitiremos até 45.000 refugiados de todo o mundo no ano fiscal 2018", informou em uma entrevista coletiva telefônica um alto funcionário americano, que pediu anonimato.

Por regiões, os Estados Unidos aceitarão um máximo de 1.500 refugiados procedentes da América Latina e Caribe, uma queda notável em relação ao limite de 5.000 que o governo do ex-presidente Barack Obama estabeleceu para o atual ano fiscal.

Da África poderão chegar até 19.000 refugiados (frente aos 35.000 deste ano fiscal), enquanto que do Oriente Médio e do sul da Ásia será admitido o limite máximo de 17.000 (perante os 40.000 do atual período).

Por último, os Estados Unidos poderão receber um máximo de 5.000 refugiados do leste da Ásia (frente aos 12.000 anteriores) e o limite de 2.000 procedentes da Europa e do centro da Ásia (frente aos 4.000 do atual ano fiscal).

Esses níveis são os mais baixos desde que o programa de refugiados dos Estados Unidos foi estabelecido em 1980 e foram fixados após um intenso debate entre as agências do governo, durante o qual um dos assessores de Trump, Stephen Miller, chegou a defender a redução do limite até 15.000, segundo o jornal "The New York Times".

Os Estados Unidos admitiram cerca de 85.000 refugiados no ano fiscal 2016, e Obama estabeleceu para o período atual, de 2017, o limite de 110.000 refugiados, ainda que na prática tenham sido admitidos "cerca de 54.000", segundo o funcionário que falou hoje à imprensa.

Trump, que durante a campanha eleitoral de 2016 criticou a política para os refugiados e alertou que alguns poderiam ser terroristas, proibiu temporariamente a entrada no país da grande maioria dos refugiados do mundo durante 120 dias, dentro do seu veto migratório.

Esse prazo caduca no próximo dia 24 de outubro, e até lá o Departamento de Segurança Nacional está trabalhando em uma série de "melhorias" nos procedimentos de segurança sobre os solicitantes de refúgio, que já devem submeter-se a múltiplas provas e frequentemente esperam anos antes de poder viajar aos EUA.

Uma vez que o Congresso dê sua opinião sobre os limites marcados pelo Departamento de Estado, Trump deverá emitir uma ordem que estabelecerá definitivamente o número de refugiados, algo que se espera para "os próximos dias", segundo o funcionário.

A fonte salientou que o limite máximo foi estabelecido levando em conta a "segurança do povo americano", e lembrou que, apesar da redução, os Estados Unidos seguem sendo "o país do mundo que mais acolhe refugiados", na frente do Canadá.