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Líder opositor Alexei Navalny é preso em Moscou

29/09/2017 07h24

Moscou, 29 set (EFE).- O líder opositor russo, Alexei Navalny, foi detido nesta sexta-feira na porta da sua casa em Moscou quando dirigia-se à estação de trem para viajar à cidade de Níjni Novgorod, onde pretendia liderar nesta tarde uma manifestação não autorizada.

"Saí de casa para ir à estação e me detiveram na porta. Como nos filmes. Chegou um carro e dele saiu a polícia. Estão me levando à delegacia", escreveu Navalny em sua conta no Instagram instantes após ser detido.

Um porta-voz da polícia de Moscou confirmou à agência "Interfax" a detenção de Navalny e explicou a razão da medida.

"Agentes do Ministério de Interior detiveram hoje em Moscou Alexei Navalni devido a suas numerosas convocações para ações públicas não autorizadas. O detido foi levado à delegacia", disse a porta-voz no gabinete de imprensa das forças da ordem.

O advogado do Fundo para a Luta contra a Corrupção fundado por Navalny, Iván Zhdanov, declarou que "parece óbvio que (a detenção) tem a ver com o ato de Níjni Novgorod".

Navalny está viajando todo o país em campanha para as eleições presidenciais de março de 2018, apesar de estar inabilitado por ter antecedentes criminais.

Nas últimas semanas, por diversos motivos, as autoridades negaram a autorização à oposição extraparlamentar para organizar manifestações em Samara, Níjni Novgorod, Ufa, Krasnoyarsk e Krasnodar, entre outras cidades.

Há uma semana o comitê de ministros do Conselho da Europa pediu à Rússia que permita que Navalny apresente sua candidatura à presidência após acusar as autoridades de violar os direitos fundamentais do opositor.

Em resposta, o Ministério de Justiça russo acusou o organismo europeu de exceder-se nas suas funções e de "exercer pressões políticas" com relação às eleições de março de 2018.

Considerado o único politico que pode fazer sombra ao presidente, Vladimir Putin, Navalni foi condenado em dezembro do ano passado por fraude, sentença que lhe desabilita como candidato, ainda que ele tenha antecipado que recorreria perante os tribunais.