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Ex-chefe de campanha de Trump se entrega ao FBI por caso de ingerência russa

30/10/2017 11h14

Washington, 30 out (EFE).- Paul Manafort, ex-chefe de campanha do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se entregou nesta segunda-feira às autoridades para cumprir uma ordem de detenção dentro da investigação da suposta ingerência russa nas eleições do ano passado no país.

O jornal "The New York Times" foi o primeiro a informar da ordem de detenção contra Manafort e seu antigo parceiro comercial, Rick Gates, embora as acusações contra eles ainda não tenham sido divulgadas.

No início da manhã, Manafort foi visto deixando sua casa nos arredores de Washington e pouco depois as câmeras de TV captavam sua chegada à sede do FBI (polícia federal americana).

Na sexta-feira passada foi divulgada a aprovação, por parte de um grande júri em Washington, das primeiras acusações dentro da investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller sobre a suposta ingerência russa nas eleições do ano passado nos EUA e os possíveis contatos entre Moscou e a campanha de Trump.

Desde então foi crescendo a expectativa sobre quem seriam os indiciados por essas primeiras acusações, que marcam um ponto de inflexão na investigação de Mueller.

De acordo com "The Wall Street Journal", Manafort comparecerá hoje perante uma corte federal de Washington e entre as acusações que responderá está a de fraude fiscal.

O antigo chefe de campanha de Trump estava há muito tempo na mira das autoridades e no último mês de julho o FBI efetuou uma batida em sua casa.

Antes de dirigir a campanha eleitoral de Trump durante alguns meses, Manafort trabalhou para um multimilionário a fim de beneficiar ao governo do presidente russo, Vladimir Putin, e também fez negócios irregulares com rebeldes pró-Rússia na Ucrânia.

Durante todo o final de semana, Trump voltou a tachar no Twitter de "caça às bruxas" a investigação de Mueller sobre seus supostos laços com a Rússia e pediu que se "faça algo" contra as irregularidades que, segundo ele, foram cometidas por sua rival democrata nas eleições de 2016, Hillary Clinton.

A investigação de Mueller também cobre as finanças e negócios familiares do presidente e procura determinar se Trump incorreu em obstrução da Justiça quando demitiu em maio o então diretor do FBI, James Comey, que liderava o caso da ingerência russa.

Há muito tempo, mas com especial força esta última semana, Trump promoveu a ideia de que foi Hillary quem incorreu em irregularidades, algumas delas relacionadas com a Rússia.

Nessa campanha foi auxiliado pela revelação que o Partido Democrata e a campanha de Hillary financiaram no ano passado uma investigação privada para encontrar informação que relacionasse Trump com a Rússia, o que resultou em um dossiê cheio de sórdidos detalhes não corroborados sobre o agora presidente.