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Ex-premiê egípcio diz que foi impedido de sair dos Emirados Árabes Unidos

29/11/2017 17h28

Cairo, 29 nov (EFE).- O ex-primeiro-ministro do Egito Ahmed Shafiq acusou nesta quarta-feira o governo dos Emirados Árabes Unidos de ter impedido que ele viajasse para seu país, onde anunciaria sua candidatura às eleições presidenciais de 2018.

Em mensagem por vídeo transmitida pela emissora "Al Jazeera", Shafiq se disse surpreso por ter sido impedido de viajar por motivos que disse desconhecer e não entender.

"Apesar do meu apreço pelo amparo generoso (dos Emirados Árabres Unidos), rejeito a intervenção nos assuntos do meu país ao obstaculizarem o exercício do meu direito constitucional e uma missão patriótica sagrada", afirmou o ex-primeiro-ministro.

Shafiq prometeu, no entanto, que o incidente não vai fazê-lo desistir da candidatura.

"Anunciei minha candidatura às eleições e tinha a intenção de fazer uma excursão pelas comunidades de egípcios no exterior antes de voltar ao país", explicou Shafiq no vídeo.

Esse anúncio confirma os rumores que circulavam no Egito sobre o desejo do ex-primeiro-ministro de voltar à política. Ele se afastou da vida pública em 2012, quando perdeu as eleições presidenciais para o islamita Mohammed Mursi no segundo turno.

Em 2015, Shaqif deixou a liderança do Movimento Nacional Egípcio, fundado em 2012, pelas "difíceis circunstâncias" que enfrentava.

O experiente político foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente Hosni Mubarak em meio à revolução de 2011, em uma tentativa de acalmar os manifestantes que pediam reformas democráticas e a saída do ditador do poder.

Shafiq tinha sido ministro de Aviação Civil de Mubarak e foi envolvido em vários casos de corrupção. Os escândalos não o impediram de voltar à política e disputar as primeiras eleições após a Primavera Árabe, conquistando os votos dos saudosistas do antigo regime.