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Partido de Maduro exige reciprocidade a países e empresas da UE após sanções

22/01/2018 20h08

Caracas, 22 jan (EFE).- O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) solicitará ao presidente do país, Nicolás Maduro, que aplique reciprocidade aos governos da União Europeia (UE), e "sobretudo " ao governo da Espanha, devido às sanções impostas pela comunidade europeia contra sete funcionários do primeiro escalão do governo venezuelano.

O PSUV "vai solicitar formalmente ao presidente da República (...) que aplique a reciprocidade imediata, sobretudo aos governos mais inclinados ao imperialismo como é o governo da Espanha", disse o primeiro vice-presidente do partido, Diosdado Cabello, um dos sancionados pela UE.

Em coletiva de imprensa, o considerado "número 2" do chavismo indicou que esta solicitação será feita "dentro dos termos diplomáticos" para que sejam aplicadas "todas as medidas" e "cessem as agressões contra a Venezuela".

"Há ações diplomáticas que os governos tomam; uma pode ser a expulsão de funcionários da Venezuela, se não nos querem, nós também não os queremos (...). Se aqui há empresas desses países, nós temos todo o direito de exigir essas empresas: o olho por olho não é uma brincadeira", disse.

A União Europeia formalizou hoje as sanções contra sete nomes do alto escalão do governo de Maduro pela "repressão" na Venezuela, entre os quais figuram o presidente do Tribunal Supremo, Maikel Moreno, e o ministro de Interior e Justiça, Néstor Reverol, além de Cabello.

Completam a lista o chefe do serviço de inteligência, Gustavo Enrique González; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; o procurador-geral, Tarek William Saab; e o ex-comandante da Guarda Nacional Bolivariana, Antonio José Benavides, disseram à Agência Efe fontes comunitárias.

As sanções implicam o congelamento de ativos e a proibição de entrar em território da Comunidade Europeia.

Para Cabello, essas sanções têm como "objetivo neutralizar, isolar à Venezuela" da UE.

O dirigente chavista também disse que a UE não tem "moral" para falar de direitos humanos nem para sancionar, pois acusou o bloco europeu pela "crise de refugiados no Mediterrâneo", de ser "sócio" dos EUA na invasão "do Iraque" e na destruição "da Líbia".