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App de atividade física revela informações sensíveis de militares americanos

29/01/2018 15h20

Washington, 29 jan (EFE).- Uma empresa de tecnologia de geolocalização (GPS) publicou informações sensíveis sobre as tropas dos EUA ao divulgar a localização dos usuários de apps para atividade física, informou nesta segunda-feira a imprensa local.

Mostrando a localização registrada entre 2015 e 2017 das pessoas que usaram aplicativos para dispositivos móveis relacionados com atividades físicas, a empresa Strava compartilhou em seu site um "Mapa Mundial de Calor" no qual é observada a densidade de usuários em cada zona do globo.

Deste modo, lugares da Europa, dos Estados Unidos e partes da América Latina refletem uma "temperatura" maior com uma imensa parte da superfície iluminada, onde se concentra o grosso dos 27 milhões de usuários que a companhia diz ter.

No entanto, em zonas de conflito bélico e desertas do Iraque e Síria, a escuridão é praticamente total e apenas são vistos brilhos em alguns enclaves.

Estas feixes de luz no meio da escuridão correspondem em alguns casos a bases militares estabelecidas pelos Estados Unidos e cuja informação é pública.

No entanto, algumas destas iluminações nestas reas não estão relacionadas com enclaves militares conhecidos.

Os brilhos poderiam refletir as localizações de bases americanas desconhecidas e seriam correspondentes a soldados e funcionários do país que se encontram nessas zonas e que usam estes aplicativos para se manter em forma.

Se isso for confirmado, a publicação estaria revelando as situações de militares dos EUA que eram desconhecidas, como seu local de atuação, informações potencialmente sensíveis.

Após a divulgação dos dados, a coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico (EI) informou que revisará as diretrizes sobre o uso de dispositivos móveis em estabelecimentos militares após este episódio, indicaram a imprensa local.

O Pentágono tinha fomentado previamente o uso de aplicativos deste tipo com objeto de combater a obesidade entre os uniformizados americanos.

A informação está na rede desde novembro, mas só chegou à esfera pública depois que um estudante australiano encontrou esta informação e começou a publicar em seu perfil do Twitter sobre o tema.