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Acusada de matar irmão de Kim Jong-un foi paga para fazer pegadinha mortal

Kim Jong-un (esq.) e Kim jong-nam - Wong Maye-E e Shizuo Kambayashi/ AP
Kim Jong-un (esq.) e Kim jong-nam Imagem: Wong Maye-E e Shizuo Kambayashi/ AP

Em Bancoc

30/01/2018 11h30

Uma das duas acusadas pela morte de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder norte-coreano, Kim Jong-un, recebeu dinheiro para participar de uma "pegadinha" com um norte-coreano considerado suspeito pela polícia malaia, dias antes de cometer o crime.

O investigador da polícia, Azirul Nizam, fez a afirmação nesta terça-feira (30) após perguntas do advogado da cidadã indonésia Siti Aisyah no julgamento que é realizado na Malásia, o que reforça a versão da defesa.

Kim Jong-nam morreu em 13 de fevereiro do ano passado depois que a indonésia e a vietnamita Doan Thi Houng o atacaram em um terminal do aeroporto de Kuala Lumpur com veneno.

Ambas as mulheres se declararam "inocentes" no início do processo após afirmar à polícia que acreditavam participar de uma pegadinha para um programa de televisão.

O advogado Gooi Soon Seng afirmou que sua cliente foi recrutada pelo motorista de táxi Kamarudin Masiod, que a apresentou a Ri Ji U, um norte-coreano que se passou por japonês e que oferecia transmitir a pegadinha ao vivo por um canal japonês no Youtube.

Os três foram a um shopping de Kuala Lumpur onde Siti Aisyah presenciou uma pegadinha feita por uma mulher não-identificada e depois ela mesma participou de outras três.

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"Kamarrudin confirmou que viu a pegadinha e que Siti Aisyah recebeu 400 ringgit (cerca de R$ 320), dos quais deu 100 ringgit a Kamarrudin", disse o advogado à televisão "The Star" ao término da audiência na qual o investigador da polícia corroborou a informação.

Ri Ji U foi um dos três suspeitos que após o assassinato se refugiaram na embaixada norte-coreana de Kuala Lumpur até que viajou à Coreia do Norte.

A polícia malaia identificou como suspeitos também quatro norte-coreanos que saíram do país em um voo desde o mesmo aeroporto pouco após o assassinato.

Os serviços de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos atribuíram o crime a agentes norte-coreanos, mas a Coreia do Norte mantém que a morte ocorreu devido a um ataque cardíaco e acusa a Malásia de conspirar com seus inimigos.

Kim Jong-nam, irmão por parte de pai de Kim Jong-un, era considerado o favorito a herdar a chefia do regime norte-coreano, mas caiu em desgraça em 2001 e viveu os últimos anos no exílio.