Topo

Kaine sugere que novo assessor de Trump tem contatos próximos a Putin

25/03/2018 13h10

Washington, 25 mar (EFE).- O senador americano Tim Kaine, democrata por Virgínia e ex-candidato à vice-presidência do país, sugeriu neste domingo que John Bolton, novo assessor de Segurança Nacional do presidente, Donald Trump, tem contatos próximos ao presidente russo, Vladimir Putin.

Kaine expressou sua preocupação com os "contatos com governos estrangeiros" de Bolton, especialmente com a Rússia, e apontou para um vídeo de 2013 de um grupo russo que advoga pelo direito a portar armas e aliado de Putin, no qual o ex-embaixador perante a ONU aparece.

"Este tipo de contato deixa perguntas reais sobre se ele poderia obter uma permissão de acesso completo a informações confidenciais", afirmou Kaine em declarações ao programa "State of the Union", do canal americano "CNN".

Kaine descreveu a participação de Bolton nesse vídeo como um "discurso", mas a rádio pública "NPR" esclareceu pouco depois que trata-se de um vídeo que Bolton gravou a pedido do então presidente da Associação Nacional de Rifles (NRA), David Keene, para a conferência russa "O Direito a Portar Armas", respaldado por Alexander Torshin, um aliado próximo de Putin.

Na gravação, Bolton, que não assistiu à conferência, encorajou os ativistas russos a pressionar pelo direito a portar armas na Constituição do seu país.

"Já perdemos um assessor de segurança nacional, Michael Flynn, porque mentia sobre contatos estrangeiros", apontou Kaine na mesma entrevista, na qual acrescentou ter "muitas, muitas perguntas" a respeito.

Bolton, considerado pelos especialistas um "falcão" militarista, pediu recentemente que fosse declarada guerra à Coreia do Norte e ao Irã, e foi um dos promotores do falso argumento sobre as armas de destruição em massa que levou à invasão do Iraque em 2003

Trump anunciou nesta quinta-feira a chegada de Bolton ao Governo americano, substituindo no cargo de assessor de Segurança Nacional o general H.R. McMaster.

McMaster chegou à Casa Branca em fevereiro de 2017 para preencher a vaga deixada pelo general Michael Flynn, que renunciou em uma das primeiras crises do Governo de Trump após ser revelado que tinha sustentado reuniões com funcionários russos para tratar sobre as sanções impostas pelos EUA a este país.