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Milhares armênios voltam protestar contra o governo pelas ruas de Yerevan

25/04/2018 12h25

Yerevan, 25 abr (EFE).- Milhares de pessoas protestam pelas ruas de Yerevan nesta quarta-feira para exigir que o governante Partido Republicano que entregue a chefia do governo armênio a um "candidato do povo", cargo para o qual se ofereceu o líder opositor Nikol Pashinyan.

Os apoiadores de Pashinyan, que liderou os protestos que motivaram o ex-presidente Serj Sargsyan a renunciar como primeiro-ministro, bloqueiam o trânsito na capital armênia e fazem uma passeata em ambiente festivo por toda a cidade.

A polícia isolou a sede do governo na praça da República e advertiu que tomará medidas contra as desordens públicas.

"A polícia da Armênia toma e tomará todas as medidas necessárias para evitar violações do ordem pública", disse o porta-voz da polícia, Ashot Agaronyan.

O primeiro-ministro interino, Karen Karapetyan, propôs nesta quarta-feira a realização de eleições antecipadas e rejeitou entregar o cargo a Pashinyan.

"Propomos realizar eleições antecipadas, e se o povo eleger (Pashinián), ele será o novo primeiro-ministro", disse Karapetyan em entrevista coletiva.

Pashinyan ameaçou nesta manhã organizar novos protestos populares caso o Partido Republicano de Sargsyan e Karapetyan, que tem a maioria das cadeiras no Parlamento, não ceda a chefia de governo a um "candidato do povo".

"Serj Sargsyan saiu, mas todos os republicanos devem ser afastados do poder. Pedimos a continuidade das ações maciças de desobediência civil. Devemos dar mais um passo para levar a luta ao seu final lógico", exclamou Pashinyan em mensagem aos armênios.

O líder da aliança Yelk (Saída), disse na última terça-feira que conta com o apoio de 90% do eleitorado e considerou "muito provável" que se torne o futuro primeiro-ministro do país.

Dez dias de grandes manifestações motivaram a renúncia a Sargsyan ao cargo de primeiro-ministro, ao qual foi nomeado pelo Parlamento depois de dez anos no poder como presidente.

A oposição o acusou de querer se perpetuar no poder ao reformar a Constituição e mudar o sistema político da Armênia de república presidencialista para república parlamentarista.