Palco de reunião entre Trump e Kim, Singapura funciona como uma "Suíça da Ásia"
Escolhida como local do encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na terça-feira- será noite da segunda-feira (11), no horário de Brasília, Singapura é um pequeno país que chama atenção pela alta qualidade de vida, ganhando apelido de Suíça da Ásia. Diplomática, a nação tem boas relações tanto com Washington, quanto com Pyongyang.
A fama de neutralidade já fez com que Singapura recebesse outros encontros iniciais entre inimigos até então irreconciliáveis. O país foi palco, em 2015, da primeira reunião entre os presidentes da China, Xi Jinping, e de Taiwan, Ma Ying-jeou.
Apesar do bom trânsito no cenário internacional, dentro de casa, a "Suíça tropical" tem regras sociais rígidas e leis extremas: é proibido, por exemplo, a venda de chicletes para preservar a beleza urbana de inspiração futurista.
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A cidade-estado situada no sudeste do continente tem um setor financeiro que sustenta seu PIB (Produto Interno Bruto), que representa um dos pilares do bem-estar da população e que se nutre de capitais que às vezes são de origem duvidosa.
Singapura estava entre um dos principais parceiros comerciais da Coreia do Norte até a ONU começar a aplicar sanções que proíbem qualquer tipo de transações com Pyongyang, devido ao programa nuclear.
Um relatório de especialistas da ONU denunciou que a empresa OCN, de Singapura, pode ter violado as sanções, ao exportar bens do luxo e ajudar na construção de três shoppings na capital norte-coreana. As denúncias são investigadas pelas autoridades locais.
Outra empresa, a Chinpo Shipping, foi considerada culpada de facilitar o comércio de armas para a Coreia do Norte. A empresa estava envolvida com uma embarcação apreendida em 2013, no Panamá, transportando material militar procedente de Cuba para Pyongyang.
Histórico
As relações diplomáticas entre pequeno país e a Coreia do Norte começaram em 1975 e sofreram um baque após o assassinato de Kim Jong-nam, irmão de Kim, na vizinha Malásia, em 2017. Apesar disso, a embaixada norte-coreana em Singapura segue operando normalmente.
Os Estados Unidos reconheceram a independência de Singapura em 1965, quando a cidade-estado se separou da Malásia. Desde então, os dois governos ampliaram as relações em todos os âmbitos.
O ex-presidente George W. Bush assinou um acordo de livre-comércio com Singapura. Já Barack Obama elevou a condição do país ao status de "parceiro estratégico".
Filho do fundador de Singapura, Lee Kuan Yew, o atual primeiro-ministro do país, Lee Hsien Loong, considera que as boas relações com os americanos foi o fator-chave para que Singapura fosse escolhida como o local do histórico encontro.
"Ambas as partes confiam que façamos um bom trabalho. Não será fácil abrir esse caminho, mas é um primeiro passo", afirmou o primeiro-ministro ao "South China Morning Post".
Encontro será em hotel
O novo encontro histórico sediado pelo país terá como palco o Capella, um hotel de cinco estrelas conhecido por receber celebridades e que fica no sul da cidade, na ilha de Sentosa.
O luxo das praias e dos campos de golfe característicos da ilha será substituído pela presença de um grande contingente de seguranças para a chegada de Trump e Kim a Sentosa.
Fontes diplomáticas disseram à Agência Efe que as autoridades de Singapura preparam o esquema de segurança em absoluto sigilo.
Além do alto nível de vida - a renda per capita anual dos 5,5 milhões de habitantes de Singapura é de US$ 53 milhões -, o país compartilha com a Suíça uma política migratória polêmica, que às vezes flerta com práticas xenófobas, segundo a avaliação de organizações de direitos humanos.
O pacifismo suíço, porém, se repete em Singapura, que tem um dos melhores Exércitos da Ásia, e participou das guerras do Afeganistão, da Síria e do Iraque.
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