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Hamas anuncia cessar-fogo com Israel com mediação do Egito e da ONU

20/07/2018 20h33

Jerusalém, 21 jul (EFE).- O movimento islamita Hamas anunciou na madrugada deste sábado (data local) um cessar-fogo depois que Israel iniciou uma operação militar em massa após a morte de um soldado israelense na fronteira com a Faixa de Gaza.

O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, anunciou que o cessar-fogo foi mediado pelo Egito e pela ONU, cujo enviado especial para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, tinha pedido esta tarde a todos que diminuíssem a tensão.

A nova escalada de tensão começou esta tarde quando militantes palestinos dispararam contra tropas do exército israelense posicionadas na fronteira.

Três militantes do braço armado do Hamas, as Brigadas al Qasam, morreram durante o primeiro rodízio de bombardeios contra oito posições do movimento islamita em resposta imediata aos disparos, após o que Israel anunciou a operação maciça.

A aviação e os tanques israelenses atingiram 60 alvos militares do Hamas, centrados nos batalhões de Zaitun, no norte, Khan Younes, no sul, e Bureij, no centro do enclave, detalhou o exército.

Os bombardeios destruíram cerca de 60 edifícios e infraestruturas, e atingiram armazéns de armamento, de fabricação de armas, uma entrada para uma rede de túneis, um depósito de drones, salas de operações militares, instalações de treinamento e postos de observação.

O incidente aconteceu durante a 17ª manifestação de sexta-feira, que acontecem desde 30 de março no marco da Grande Marcha do Retorno, e nas quais já morreram 141 palestinos por fogo israelense, o último hoje, filiado do partido nacionalista Al Fatah.

Neste período, de Gaza - sob bloqueio israelense desde 2007 - se repetem os lançamentos de balões e artefatos incendiários que causaram centenas de incêndios e danificaram terrenos de cultivo em Israel.

O exército de Israel responsabiliza o Hamas pela instabilidade que se vive na fronteira desde então e lhe acusa de "cometer atividades terroristas, sob a fantasia de civis".

Por sua vez, as milícias palestinas lançaram nesta tarde três projéteis contra Israel, dois deles interceptados pelo sistema antimísseis Cúpula de Ferro.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou o gabinete de segurança para avaliar a situação, e o titular de Defesa, Avigdor Lieberman, advertiu ao Hamas que será responsável por toda "destruição e vítimas" que possa haver se continuar o lançamento de foguetes.

A tensão alcançou seu ponto mais alto no sábado passado com a maior escalada desde a operação militar de 2014, quando as milícias palestinas lançaram mais de 200 projéteis contra Israel, ao que a aviação israelense respondeu com uma operação militar de 24 horas.