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Ministro iraniano aconselha Trump a "ser cauteloso" após ameaças

24/07/2018 09h08

Teerã, 24 jul (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, respondeu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que seu país não está impressionado com suas ameaças e lhe sugeriu que "seja cauteloso", em meio à escalada de ataques verbais entre os dois países.

"NÃO ESTAMOS IMPRESSIONADOS: O mundo, inclusive, ouviu fanfarronices mais duras há alguns meses", escreveu Zarif no Twitter, usando letras maiúsculas como Trump fez na segunda-feira.

O chefe da diplomacia iraniana garantiu que os iranianos ouviram essas ameaças durante 40 anos, desde que a Revolução Islâmica derrubou a dinastia Pahlevi.

"Existimos durante milênios e vimos a queda de impérios, incluído o nosso, que durou mais que a vida de alguns países, SEJA CAUTELOSO!", concluiu Zarif.

O tweet do ministro iraniano foi postado horas depois que Trump escreveu na mesma rede social: "NUNCA MAIS VOLTE A AMEAÇAR OS ESTADOS UNIDOS OU SOFRERÁ CONSEQUÊNCIAS QUE POUCOS JAMAIS SOFRERAM NA HISTÓRIA. JÁ NÃO SOMOS UM PAÍS QUE AGUENTARÁ SUAS PALAVRAS DOENTIAS DE VIOLÊNCIA E MORTE. SEJA CAUTELOSO!".

O tweet do presidente americano, por sua vez, era uma resposta às declarações do chefe de Estado iraniano, Hassan Rohani, que no domingo advertiu os EUA que um conflito com o Irã seria "a mãe de todas as guerras".

Se dirigindo a Trump, Rohani lhe aconselhou: "Não brinque com a cauda do leão, você irá lamentar", uma expressão em idioma farsi equivalente a "não brinque com fogo".

Trump retirou em maio os EUA do acordo nuclear multilateral de 2015 com o Irã e voltou a impor sanções sobre o país, que entram em vigor em agosto e ameaçam afundar a já debilitada economia iraniana.

Uma medida que tem o objetivo de pressionar o Irã em duas de suas linhas vermelhas: os programas de mísseis balísticos e sua influência regional.

Neste mês, Trump se mostrou confiante de que a República Islâmica aceitará suas condições e fará contato para chegar a um novo acordo porque está tendo "muitos problemas e sua economia está afundando".

O acordo nuclear de 2015, assinado pelo Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França, mais Alemanha), limita o programa nuclear de Teerã em troca do fim das sanções internacionais, mas esta contrapartida ficou em interdição pelas medidas de Washington.