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R.Unido publica primeiras recomendações caso não haja acordo para o Brexit

23/08/2018 10h05

Londres, 23 ago (EFE).- O governo do Reino Unido publicou nesta quinta-feira as primeiras recomendações "práticas e proporcionadas" para empresas e cidadãos se não houver um acordo para o Brexit, mas o objetivo é conseguir um pacto, afirmou o ministro para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), Dominic Raab.

O governo de Theresa May divulgou 25 documentos técnicos com instruções para empresários e cidadãos em âmbitos como o setor bancário, o farmacêutico, o de pesquisa nuclear, o de direitos trabalhistas e o de pagamentos para o setor agrícola britânico, entre outros.

O objetivo do governo conservador é reduzir as consequências de uma ausência de acordo diante da incerteza sobre o progresso das atuais negociações entre Londres e Bruxelas sobre os termos da saída britânica do bloco, que será concretizada em março de 2019.

Em um discurso pronunciado em Londres, Raab deixou claro, no entanto, que "a prioridade" do governo é conseguir um acordo com a UE, mas alertou que o país "deve estar preparado para considerar uma alternativa".

Nos documentos foram incluídas instruções para as empresas sobre a documentação adicional com a qual terão que lidar nas fronteiras assim como planos de contingência para o caso de uma escassez de remédios.

Nesse sentido, Raab informou que os fornecedores de medicamentos dispõem de reservas para três meses, que correspondem a 200 tipos de remédios, e ressaltou que há acordos com essas companhias para evitar problemas que possam surgir na entrada de remédios, como por exemplo eventuais greves de caminhoneiros na França.

O ministro minimizou a importância dos temores que surgiram há alguns meses de que o exército seria mobilizado para manter o fornecimento de alimentos em caso de uma falta de acordo.

"Não há planos para mobilizar o exército para manter o fornecimento de comida", assinalou o ministro.

"Nosso objetivo geral é proporcionar um funcionamento suave, contínuo dos negócios, do transporte, das infraestruturas, das pesquisas, dos programas de ajuda e fluxos de financiamento", acrescentou o titular britânico do Brexit.

"Em alguns casos, isso significa tomar ações unilaterais para manter o máximo de continuidade possível no curto prazo caso não haja um acordo, independentemente se a UE vai decidir fazer o mesmo", acrescentou Raab.

Londres e Bruxelas continuam as negociações, mas seguem sem acordo sobre a futura relação comercial e a fronteira entre as duas Irlandas, pois o objetivo é que a mesma continue sendo invisível para não prejudicar o processo de paz norte-irlandês.