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China pede aos EUA que não interfira na política externa de El Salvador

24/08/2018 07h42

Pequim, 24 ago (EFE).- O Governo da China pediu nesta sexta-feira ao dos Estados Unidos que não interfira na política externa de El Salvador, depois que a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, anunciou que Washington revisaria sua política com San Salvador.

O motivo seria o rompimento de laços diplomáticos de El Salvador com Taiwan.

"Só o povo de El Salvador sabe qual é sua decisão correta e qual beneficia seus interesses, portanto esperamos que certos países respeitem o direito dos estados soberanos de desenvolver suas relações internacionais, em vez de interferir nos seus assuntos internos", replicou o porta-voz do Ministério de Exteriores chinês Lu Kang.

A fonte também pediu a Washington que "observe com perspectiva" a atual situação diplomática global, na qual El Salvador se une a outros 25 governos da América e 176 do mundo que já mantêm vínculos oficiais com a China (e não com Taiwan, por exigência de Pequim).

"É a tendência dos tempos da história, cumpre a lei internacional e serve aos interesses fundamentais dos dois povos", ressaltou Lu, acrescentando que para a China a América Latina é "uma força importante na globalização econômica", com a qual lhe interessa manter laços.

O porta-voz também ressaltou que "alguns políticos americanos estão fazendo muito barulho após o estabelecimento de relações diplomáticas entre China e El Salvador", pelo fato de que o senador republicano Cory Gardner tenha sugerido que os EUA elaborassem legislação para ajudar Taiwan a manter seus aliados.

El Salvador é o quinto aliado diplomático perdido por Taiwan desde a chegada à presidência do território da independentista Tsai Ying-wen em 2016.

Desde então, a China conseguiu que rompam laços com Taipé e os estabeleçam com Pequim tanto El Salvador como Panamá, República Dominicana, Burkina Faso e São Tomé e Príncipe.

Taiwan tem agora 17 aliados diplomáticos no mundo, dos quais nove estão na América Latina e no Caribe.