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EUA criticam novo pacote de ajuda da União Europeia ao Irã

24/08/2018 21h08

Washington, 24 ago (EFE).- Os Estados Unidos criticaram nesta sexta-feira o anúncio da União Europeia sobre um novo pacote de ajuda para o Irã avaliado em 18 milhões de euros (US$ 20,7 milhões), o que, de acordo com o governo americano, "envia a mensagem equivocada no momento errado".

"A ajuda externa dos contribuintes europeus perpetua a capacidade do regime para descuidar das necessidades da sua gente e afoga as mudanças significativas na política", afirmou hoje em comunicado o representante especial para o Irã do Departamento de Estado dos EUA, Brian Hook.

"Mais dinheiro nas mãos do aiatolá significa mais dinheiro para realizar assassinatos nesses países europeus. O povo iraniano enfrenta pressões econômicas muito reais causadas pela corrupção, a má gestão e o profundo investimento em terrorismo e conflitos externos do seu governo", destacou o diplomata americano.

A Comissão Europeia aprovou nesta quinta-feira tal ajuda para o Irã, destinada a projetos que favoreçam seu desenvolvimento econômico e social sustentável, dos quais 8 milhões de euros (US$ 9,3 milhões) serão destinados ao setor privado.

Estes projetos são os primeiros de um pacote de assistência de até 50 milhões de euros (US$ 58 milhões) para ajudar o país persa nos desafios socioeconômicos e que fazem parte da renovada cooperação entre a União Europeia e o Irã após o acordo internacional para que esse país não produza armas nucleares.

A alta representante da União Europeia para Política Externa, Federica Mogherini, afirmou em comunicado que, por causa desse pacto, a cooperação entre a UE e o Irã tem se desenvolvido em muitos setores.

No entanto, diante desta medida, Hook insistiu que os Estados Unidos e a União Europeia "deveriam trabalhar juntos para encontrar soluções duradouras que realmente respaldem o povo iraniano e pôr fim às ameaças do regime à estabilidade regional e mundial".

O acordo nuclear com o Irã assinado em 2015 foi impulsionado pelo chamado Grupo 5+1, formado por EUA, Rússia, China, Reino Unido e França, mais a Alemanha. No entanto, o atual presidente americano, Donald Trump, tirou o país do pacto em maio alegando que Teerã quebrou seus compromissos a respeito.

No entanto, e apesar da saída de Washington do acordo, as demais potências estão trabalhando para manter o pacto estipulado e trabalhar pela desnuclearização do Irã.