Topo

Rússia pede consultas na ONU por montagem iminente de ataque químico na Síria

28/08/2018 10h03

Moscou, 28 ago (EFE).- A Rússia convocou nesta terça-feira consultas urgentes no Conselho de Segurança da ONU pelos supostos planos dos jihadistas de encenar um ataque químico na província de Idlib, na Síria, para acusar o regime de Bashar al Assad.

"Na nossa opinião, a Frente al Nusra está a ponto de cometer uma provocação muito grave na região de Idlib, como fez em ocasiões anteriores, com o uso de substâncias químicas, agentes que contêm cloro", disse à imprensa Sergei Ryabkov, vice-ministro de Relações Exteriores.

Ryabkov, que expressou sua confiança de que as consultas nas Nações Unidas aconteçam hoje mesmo, explicou que o suposto ataque químico será gravado pela organização dos chamados "Capacetes Brancos" e divulgado na internet.

"Depois disso, começarão a gritar que o regime utilizou de novo armas químicas contra seu próprio povo e isto será usado como desculpa para um ataque militar maciço contra a Síria", disse o diplomata russo.

Ryabkov ressaltou que essa evolução dos eventos "é tão evidente", que a Rússia está fazendo "tudo o que está em suas mãos para impedir sua realização".

"Queremos pedir a nossos colegas em Washington e Berlim que façam o possível para influir na oposição armada e em organizações terroristas, e neste último caso me refiro aos EUA e não à Alemanha, com as quais estão em contato", afirmou o vice-ministro.

Ryabkov destacou que ambos os países podem impedir conjuntamente a provocação, mas acrescentou que não está convencido de que Washington estaria disposto a abortar esse processo "provocador e destruidor".

O Ministério da Defesa da Rússia denunciou no sábado que, "durante os próximos dois dias", na cidade síria de Kafr Zita, na fronteira com a província de Idlib, há planos de encenar um ataque com agentes tóxicos.

Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, na cidade de Al Habit, a seis quilômetros do lugar escolhido para a "provocação", já estão presentes "especialistas estrangeiros", encarregados da simulação do ataque químico "com cloro".

A Rússia defendeu em abril o regime sírio das acusações de uso de armas químicas em Douma, um subúrbio da capital síria, ao insistir que as mesmas buscavam justificar uma intervenção militar no país árabe.

Moscou alega que os "Capacetes Brancos" - que se posicionam como um grupo de resgate de civis nas áreas do país árabe controladas pela oposição - encenaram vários dos supostos ataques químicos do regime contra as áreas rebeldes.