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Jornal diz que EUA planejam cortar fundos de programa da ONU para Palestina

31/08/2018 03h44

Washington, 31 ago (EFE).- Os Estados Unidos anunciarão nas próximas semanas que decidiram cortar todos os fundos concedidos à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, sigla em inglês), o que pode afetar os serviços que essa entidade fornece a milhões de pessoas, informa nesta sexta-feira o jornal "The Washington Post".

O governo de Donald Trump também planeja pedir que reduza drasticamente o número de pessoas que se consideram refugiados palestinos no mundo todo, com o objetivo de facilitar as negociações em seu plano de paz para Israel, que ainda não foi apresentado formalmente, segundo o jornal.

Essa redução, que busca apenas um décimo dos mais de 5 milhões de pessoas reconhecidas agora como refugiados, eliminaria para a maioria dos palestinos o chamado "direito ao retorno" para as terras disputadas com Israel.

Mas, além disso, a decisão de cortar os fundos à UNRWA - de que também informou nesta semana a revista "Foreign Policy"- iria piorar a situação humanitária em Gaza e poderia estimular mais violência, segundo especialistas consultados pelo jornal da capital americana.

No mês de janeiro, os EUA já cortaram boa parte das suas contribuições financeiras à UNRWA, de modo que este ano entregou apenas US$ 65 milhões ao invés dos US$ 360 milhões previstos, o que causou sérios problemas econômicos para a entidade manter seus serviços.

Cortar os fundos implicaria que esses US$ 65 milhões seriam a última doação do governo Trump à UNRWA.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, não quis confirmar ontem um possível corte à UNRWA e se limitou a indicar que os fundos para essa entidade ainda estavam "sob revisão".

Mas na semana passada, o Departamento de Estado anunciou outro corte na ajuda aos palestinos, ao cancelar uma ajuda de US$ 200 milhões destinados ao financiamento de programas humanitários em Gaza e Cisjordânia.

A relação entre o governo de Trump e as autoridades palestinas se deteriorou desde que o presidente americano reconheceu, em dezembro do ano passado, Jerusalém como capital israelense, reivindicada pela Palestina como sede administrativa e religiosa de seu futuro Estado.