China responde a Trump e diz que é absurdo culpar Pequim por guerra comercial
O governo da China afirmou nesta quarta-feira (26) que é "absurdo" culpar Pequim pela guerra comercial suscitada pelos Estados Unidos e convidou Washington a "escutar" as vozes de outros países que, na atual Assembleia Geral da ONU, expressaram seu desejo de "promover o multilateralismo e o livre-comércio".
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"Culpar a China pelo déficit comercial que os EUA têm conosco não faz nenhum sentido", disse em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, em resposta ao presidente americano, Donald Trump, que afirmou que Pequim está há anos "manipulando" o sistema internacional de comércio a seu favor.
Durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas na terça-feira, Trump voltou a ressaltar que os EUA "não vão tolerar mais" os "abusos" da China, citando a transferência forçada de tecnologia e o roubo de propriedade intelectual, que acabou provocando a guerra comercial.
"A posição da China é muito clara, o comércio entre os dois países beneficia ambas as partes. Durante as últimas quatro décadas trouxe benefícios a ambos, e embora seja normal haver atritos e disputas, estas devem se resolver através de negociações, não mediante medidas unilaterais", disse Geng.
Segundo o porta-voz, a Assembleia Geral da ONU deve servir como plataforma de debate para que os membros façam suas propostas, acrescentando que a China espera que os EUA "aproveitem a oportunidade para escutar o que dizem outros Estados sobre promover o multilateralismo, o comércio e a cooperação em nível global".
"Os EUA deveriam pensar em qual papel vão desempenhar para resolver os problemas e desafios que o mundo enfrenta, e no que vão fazer para promover a paz e o desenvolvimento global", acrescentou Geng.
O porta-voz também se referiu às críticas de Trump ao governo da Venezuela, ao qual acusou de ter arruinado o país com "práticas socialistas que só trazem sofrimento, corrupção e decadência".
"Cada país tem o direito de escolher seu próprio caminho de desenvolvimento. Falar de diferentes blocos a esta altura é adotar uma mentalidade própria da Guerra Fria, e acredito que a maioria dos países do mundo não quer que isso se repita", comentou Geng.
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