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Promotores pedem que acusado de enviar pacotes-bomba seja enviado a Nova York

31/10/2018 16h48

Miami, 31 out (EFE).- Promotores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediram ao juiz Edwin Torres que ordene a transferência do caso de Cesar Sayoc, acusado de ter enviado pelo menos 15 pacotes com explosivos a políticos democratas, críticos do presidente Donald Trump e à emissora "CNN", para um tribunal de Nova York.

O pedido está na carta escrita em 30 de outubro por Geoffrey S. Berman e outros promotores do Departamento de Justiça ao juiz federal Torres e a qual a Agência Efe teve acesso nesta quarta-feira.

No texto, os promotores destacam que Sayoc, que enfrenta cinco "graves" acusações federais e ainda pode ser alvo de novas denúncias, "deveria permanecer detido" até o julgamento, devido ao "perigo que representa para a comunidade e ao risco de fuga".

Além disso, os promotores pediram a Torres que o tribunal transfira o acusado para Nova York, depois de uma audiência marcada para esta sexta-feira, para que ele enfrente "as consequências das suas ações".

Em seguida, os promotores expuseram "o peso da evidência" contra Sayoc como base para apoiar o pedido para que ele não seja colocado em liberdade mediante pagamento de fiança, afirmando que o acusado começou a preparar os ataques em julho, assim como "sua história pessoal e caraterísticas".

Os promotores afirmam que existem registros de pesquisas feitas na internet sobre os endereços das pessoas que receberam os pacotes-bomba tanto no notebook quanto no celular do acusado.

Também foram encontrados no telefone fotos de alguns alvos, e alguns pacotes continham impressões digitais e vestígios de DNA que são compatíveis com os de Sayoc. Além disso, os dois últimos dos 15 pacotes enviados até agora foram descobertos depois que o acusado já estava na prisão, segundo os promotores.

Cesar Sayoc, de 56 anos, foi detido na última sexta-feira na cidade de Plantation, na Flórida, e foi apresentado ao juiz Torres em uma audiência na segunda-feira em Miami, mas se reservou ao seu direito de permanecer em silêncio.

Nenhum dos artefatos explosivos chegou a ser detonado. Os pacotes foram enviados ao ex-presidente Barack Obama, ao ex-vice-presidente Joseph Biden, a ex-candidata presidencial Hillary Clinton, a sede da emissora "CNN", ao ator Robert De Niro, ao milionário investidor George Soros e a membros do Congresso, entre outros.

De acordo com o FBI, os artefatos dentro dos pacotes eram constituídos por um cano plástico, um pequeno relógio, uma bateria, cabos e um material "energético" com "potencial explosivo", que reage ao calor, ao atrito e a movimentos bruscos.