Violência étnica na República Democrática do Congo já soma 45 mortos
Kinshasa, 19 dez (EFE).- Pelo menos 45 pessoas morreram e 62 ficaram feridas em confrontos na República Democrática do Congo entre membros das etnias Batendé e Banunu, na cidade de Yumbi (oeste), a apenas quatro dias das eleições presidenciais, informaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes oficiais.
Os enfrentamentos acontecem desde domingo nesta cidade localizada na província de Mai-Ndombe. Os conflitos começaram depois a morte de um chefe tradicional dos Banunu em Kinshasa e que foi enterrado ao lado do pai, em Yumbi.
Os Batendés protestaram alegando que o líder não devia ser sepultado nas suas terras, o que deu início a um confronto na noite do dia 15. Na ocasião, 24 pessoas morreram, 62 ficaram feridas e mais de 100 casas foram incendiadas, informou à Efe por telefone o governador da província de Mai-Ndombe, Gentiny Ngobila.
No dia 16, novas cenas de violência voltaram a ser vistas de madrugada e outras 21 pessoas morreram, entre elas um político de Yumbi e 12 crianças afogados no Rio o Congo, e mais imóveis foram queimados.
"Esta avaliação continua sendo provisória porque há corpos dispersos por aldeias e florestas", afirmou à Efe Ngobila, que pediu ao governo de Kinshasa para que aja o mais rápido possível, apesar de a Polícia e o Exército já terem sido enviados.
Por trás deste último surto de violência está um conflito mais profundo esses dois grupos étnicos, que costuma explodir na época de eleição e agora acontece antes do pleito presidencial, que acontecerá no domingo.
Antes das eleições de 2006 e 2011, também ocorreram enfrentamentos em Yumbi entre a maioria Banunu e a minoria Batendé, de acordo com a "Radio Okapi".
Agora, a maioria dos membros da comunidade Batendé é favorável à Frente Comum pelo Congo (FCC), liderada pelo candidato governista Emmanuel Ramazani Shadary, apadrinhado do presidente congolês, Joseph Kabila. Por outro lado, muitos integrantes dos Banunus apoiam a coalizão Lamuka, liderada pelo opositor Martin Fayulu.
Conforme informou ontem a ONG Associação Congolesa de Acesso à Justiça, pelo menos dez pessoas morreram em atos eleitorais na República Democrática do Congo desde que a campanha começou, em 22 de novembro.
Mais de 40 milhões de pessoas estão habilitadas a votar no domingo que vem em eleições marcadas por polêmicas e adiadas por mais de dois anos. Ao todo, 21 candidatos concorrem ao cargo de presidente. EFE
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