Díaz-Canel lamenta que EUA culpem Cuba pelos grandes males da região
Havana, 22 dez (EFE).- "Cuba é acusada pelo império de ser a causadora dos grandes males da região", lamentou neste sábado o presidente Miguel Díaz-Canel, advertindo que Washington avança em um "curso de confronto" com o país caribenho.
No seu discurso de encerramento da segunda e última reunião anual da Assembleia Nacional (Parlamento unicameral), o presidente cubano denunciou que o governo do presidente Donald Trump intensificou o embargo financeiro sobre seu país.
Díaz-Canel se referiu às sanções americanas como uma "política agressiva, anacrônica e fracassada que causa enorme prejuízos ao povo cubano" e disse que representam uma "violação dos direitos humanos", assim como o "principal obstáculo" para o desenvolvimento do país.
Por isso, o presidente agradeceu o apoio quase unânime à resolução que Cuba apresenta todo ano nas Nações Unidas para denunciar esta medida e pedir sua extinção, apoiada este ano por todos os países presentes na votação exceto EUA e Israel.
Também acusou o país vizinho de tentar "reverter os avanços conseguidos em integração e justiça social" na América Latina, assim como de "destruir os mecanismos de cooperação e acerto regionais", entre os quais citou a Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Apesar do restabelecimento de seus contatos diplomáticos em 2015 após meio século de inimizade, a relação entre os dois países atravessa novas tensões desde a chegada ao poder de Trump, contrário à aproximação com Havana promovido pelo seu antecessor, Barack Obama.
No último ano e meio Washington aplicou novas sanções sobre Cuba, restringiu de novo as viagens dos americanos ao país e diminuiu a atividade de sua embaixada em Havana em resposta a misteriosos incidentes de saúde sofridos por mais de 20 de seus diplomatas no país caribenho e cuja causa ainda não foi esclarecida. EFE
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