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Netanyahu diz que Bolsonaro confirmou mudança de embaixada para Jerusalém

30/12/2018 15h05

Rio de Janeiro, 30 dez (EFE).- A mudança da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém é uma questão de tempo, segundo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou neste domingo ter ouvido do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que a promessa feita durante a campanha eleitoral está mantida.

"Bolsonaro me disse que não é uma questão de se, mas de quando", declarou Netanyahu durante um encontro com a comunidade judaica brasileira no Rio de Janeiro.

O primeiro-ministro se reuniu Bolsonaro na sexta-feira após chegar ao Brasil, país que é visitado pela primeira vez por um chefe de Estado de Israel.

Após o encontro, os líderes não falaram da possível mudança da embaixada do Brasil em Israel de Telv Aviv para Jerusalém, um tema que causou polêmica quando Bolsonaro anunciou essa intenção após ser eleito presidente.

No entanto, Netanyahu já havia antecipado que trataria deste tema com o presidente eleito quando visitasse o Brasil.

A intenção de Bolsonaro de transferir a embaixada do Brasil é vista com bons olhos por Israel, que considera a decisão como um apoio à sua posição de considerar a cidade capital do país.

Bolsonaro quer seguir o exemplo de Donald Trump, que já transferiu para Jerusalém a embaixada dos Estados Unidos, uma decisão que foi seguida também pela Guatemala.

Segundo Netanyahu, a declaração de Bolsonaro foi a mesma do presidente americano, Donald Trump, após ser eleito em 2016.

Embora pelas declarações de Netanyahu a decisão da mudança seja questão de tempo, aparentemente o tema ainda está sendo avaliado por Bolsonaro, segundo admitiu em entrevista para um programa brasileiro de televisão que foi transmitida no sábado.

A entrevista - realizada em 11 de dezembro, mas que somente ontem foi ao ar - foi divulgada pelo presidente eleito em sua conta no Twitter e na mesma, Bolsonaro se referiu às possíveis represálias de alguns países árabes, que podem suspender suas importações de carnes brasileiras.

Netanyahu reiterou hoje em um encontro com a imprensa antes de se reunir com a comunidade judaica que as possibilidades de acordos com o Brasil são "imensas" e explicou os desenvolvimentos tecnológicos que transformaram Israel em uma das nações líderes nesta matéria em nível mundial, muitos dos quais, disse, podem ajudar ao progresso do Brasil, "uma nação com muito potencial".

O primeiro-ministro lembrou que a aliança entre as duas nações é relevante porque enquanto Israel é a "terra prometida", o Brasil é "a terra da promessa do futuro".

No encontro de sexta-feira, Netanyahu e Bolsonaro acordaram iniciar uma aliança estratégica para a cooperação em áreas como tecnologia, defesa, agricultura, segurança e água.

Durante sua estadia de cinco dias no Brasil, além do encontro com Bolsonaro e de participar da cerimônia de posse, Netanyahu deve manter encontros com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e com os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e de Honduras, Juan Orlando Hernández.

A histórica visita de Netanyahu esteve ameaçada nos últimos dias pelo anúncio do Governo de Israel de antecipar as eleições para 9 de abril por desacordos na coalizão de Governo.

O primeiro-ministro de Israel lidera as pesquisas de intenções de voto para ser reeleito, apesar das suspeitas de corrupção que recaem sobre ele e sobre sua esposa. EFE