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Relatora da ONU chega à Turquia para investigar assassinato de Khashoggi

28/01/2019 07h01

Istambul, 28 jan (EFE).- Uma equipe de especialistas da ONU em Direitos Humanos, liderada pela relatora Agnes Callamard, iniciou nesta segunda-feira na Turquia uma investigação sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2 de outubro no consulado do seu país em Istambul, informou a emissora "CNNTürk".

Callamard chegou a Ancara nesta segunda-feira, junto com a advogada Helena Kennedy e o médico legista Duarte Nuno Vieira, para obter no terreno, até 3 de fevereiro, detalhes das circunstâncias da morte do repórter dissidente.

Embora ainda não tenha revelado detalhes sobre a agenda da visita, espera-se que a relatora das Nações Unidas para execuções extrajudiciais, sumárias e arbitrárias, seja recebida pelo presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, e se reúna também com o ministro de Relações Exteriores, Mevlüt Çavusoglu.

Além disso, a delegação, segundo um comunicado do Escritório de Direitos Humanos da ONU tentará estabelecer "a natureza e o alcance da responsabilidade de Estados e indivíduos no assassinato".

A delegação espera, além disso, "identificar de que maneira os Estados podem fortalecer o cumprimento de seus compromissos internacionais para proteger o direito à vida, prevenir violações e assegurar a prestação de contas", afirmou Callamard antes de partir à Turquia, segundo a "CNNTürk".

O Governo turco criticou as autoridades sauditas por desacelerar as investigações do caso e pediram em mais de uma ocasião uma investigação internacional.

Na semana passada, Çavusoglu disse que tinha chegado o momento de abrir uma investigação liderada pela ONU e que Erdogan tinha ordenado os preparativos pertinentes.

Está previsto que os resultados sejam apresentados em uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em junho.

Khashoggi, colunista do jornal americano "The Washington Post" abertamente crítico com a monarquia de seu país, foi supostamente assassinado e esquartejado por agentes sauditas, um crime que gerou uma onda de indignação e condenação da comunidade internacional.

Onze pessoas foram acusadas em um julgamento sobre o caso aberto no começo deste mês na Arábia Saudita, no qual a promotoria pediu pena de morte para cinco incriminados. EFE