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Canadá reduz funcionários em Cuba após novo incidente como lesões cerebrais

30/01/2019 18h42

Toronto, 30 jan (EFE).- O governo do Canadá decidiu nesta quarta-feira reduzir sua presença diplomática em Cuba após confirmar que mais um funcionário de sua embaixada em Havana sofreu lesões cerebrais parecidas com as que afetam dezenas de diplomatas americanos e canadenses.

Representantes do governo do Canadá informaram que o número de funcionários da embaixada na capital cubana será diminuído de 16 para oito e que após este novo incidente 14 canadenses foram afetados pelo misterioso problema de saúde.

O novo caso foi detectado inicialmente em 29 de dezembro do ano passado, mas os resultados de exames laboratoriais que confirmaram que o funcionário sofre do mesmo problema só foram disponibilizados agora. Ele foi designado para a missão diplomática canadense em Havana há menos de 1 ano.

Durante uma conferência telefônica, os representantes do governo canadense disseram à Agência Efe que as autoridades cubanas estão "tão frustradas" com a situação quanto as canadenses.

"Os funcionários cubanos estão tão frustrados como nós por não conseguirem determinar a causa", afirmou à Efe um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Canadá.

O próprio funcionário acrescentou que o Canadá está "muito satisfeito" com o nível de cooperação com as autoridades cubanas.

"Temos uma relação muito positiva com Cuba", afirmou.

Outro representante canadense também disse à Efe que a Polícia Montada e a Polícia Nacional de Cuba estão realizando "uma investigação conjunta" da situação "sob os protocolos de cooperação policial internacional".

"Também estivemos em constante contato com o governo cubano em termo de discussões sobre a situação de nosso pessoal lá e possíveis respostas", acrescentou.

O misterioso problema de saúde está identificado com sintomas de lesões cerebrais, como enjoos, dores de cabeça e falta de capacidade de concentração.

Estes sintomas foram detectados desde 2017 em dezenas de diplomatas e familiares de Estados Unidos e Canadá que trabalhavam em Havana.

Em abril de 2018, após meses de investigações que não levaram a nenhum resultado sobre o motivo das lesões, o Canadá anunciou a retirada de todos os familiares de diplomatas canadenses que trabalham em Cuba.

O Canadá disse que a causa das lesões "continua sendo desconhecida, mas pode ser de origem humana", e que os resultados das investigações realizadas por médicos canadenses e americanos indicam que as pessoas afetadas sofrem "um novo tipo de uma possível lesão cerebral adquirida".

As autoridades americanas, que descobriram o misterioso problema, inicialmente apontaram que os diplomatas pareciam ter sofrido algum tipo de ataque sônico, e responsabilizaram as autoridades cubanas pelo bem-estar de seus cidadãos.

Os EUA também decidiram reduzir o número de funcionários de sua embaixada na capital cubana.

Cuba, por sua vez, negou qualquer ligação com as lesões sofridas pelos americanos e canadenses. EFE