Enviado de Guaidó nos EUA rejeita oferta de diálogo de Maduro
Washington, 30 jan (EFE).- Carlos Vecchio, o principal representante nos Estados Unidos do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, rejeitou nesta quarta-feira a oferta de diálogo de Nicolás Maduro por considerar que o presidente reeleito busca "manipular" à comunidade internacional e ganhar "oxigênio" para continuar "reprimindo".
"O diálogo sempre busca manipular, enganar, buscar oxigênio, parar o momento político e depois reprimir. Não estamos de acordo com um diálogo que seja para enganar", afirmou Vecchio durante um debate sobre a Venezuela no think tank Atlantic Council, em Washington.
Vecchio declarou que a oposição não está "disposta" a participar do diálogo nos termos das autoridades chavistas e que somente está disposta a debater a agenda de Guaidó para conseguir a "saída" do poder de Maduro, que ocupa a presidência desde 2013.
Para justificar a sua resposta, Vecchio mencionou o fracasso das tentativas anteriores de diálogo, inclusive o que aconteceu em 2014, depois de violentos protestos, e o que se iniciou em 2017 na República Dominicana.
"Não estamos fazendo uma análise abstrata. Não se pode deixar a ditadura manipular de novo", ressaltou Vecchio.
Esta foi a primeira resposta da oposição venezuelana à oferta de diálogo que Maduro fez nesta quarta-feira em entrevista à agência russa "RIA Novosti".
Maduro disse estar disposto a se sentar com a oposição para dialogar com uma agenda aberta sobre "a paz e o futuro" da Venezuela. Além disso, abriu a porta para o diálogo com o presidente americano, Donald Trump, em "privado, em público, nos Estados Unidos, na Venezuela ou onde ele quiser, com uma agenda aberta".
Os EUA foram o primeiro país a reconhecer Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (AN, parlamento), como presidente interino da Venezuela. Em resposta, Maduro cortou relações diplomáticas e políticas com Washington, ordenando o fechamento das embaixadas e consultados venezuelanos no país.
No entanto, os EUA não reconheceram essa decisão de Maduro e, no domingo, aceitaram Vecchio como máximo representante diplomático da Venezuela em território americano.
Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela no último dia 23 ao invocar artigos da Constituição venezuelana e considerar ilegítima a posse de Maduro do dia 10 de janeiro. EFE
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