Lavrov pede que EUA retomem as negociações sobre tratado nuclear
Moscou, 30 jan (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, pediu nesta quarta-feira para que os Estados Unidos retomem as negociações sobre o primeiro acordo de desarmamento nuclear da Guerra Fria, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), que Washington se propõe a abandonar no dia 2 de fevereiro.
"Lembro que já propusemos em várias ocasiões a Washington o reatamento do diálogo sobre estabilidade estratégica em todos seus componentes. Esta proposta segue de pé", disse Lavrov em entrevista coletiva conjunta com o seu colega iraquiano, Mohammed Ali al Hakim.
Os EUA anunciaram que se a Rússia não destruir o míssil Novator, que, segundo a Otan, viola o tratado INF, abandonará neste sábado de maneira unilateral o acordo assinado por ambas as potências em 1987.
Lavrov também denunciou os planos dos EUA de produzir uma nova ogiva nuclear que equipará os mísseis intercontinentais nos submarinos atômicos. Na sua opinião, essa ogiva nuclear W76-2 de curto alcance "aumenta o risco de uma guerra nuclear".
"Já expressamos a nossa profunda preocupação que o desenvolvimento desses mísseis de curto alcance reduz o umbral do uso das armas nucleares. Agora, esse assunto passou das palavras aos fatos", comentou.
Por sua vez, garantiu que Moscou acompanhará atenciosamente a reação europeia às ações unilaterais americanas "que minam a estabilidade estratégica".
O ministro lembrou que, quando Washington abandonou em 2002 o tratado antimísseis, os países europeus apoiaram essa medida e o posterior lugar de elementos do escudo americano no continente.
Lavrov destacou que, no que diz respeito ao INF, "praticamente toda a Aliança Atlântica" também apoia os planos dos EUA de renunciar ao tratado.
Segundo anunciou hoje o Ministério das Relações Exteriores russo, o vice-ministro, Sergei Ryabkov, abordará esse assunto na quinta-feira em Pequim com a subsecretária de Estado para o Controle de Armas e a Segurança Internacional dos EUA, Andrea Thompson, durante uma conferência nuclear.
Na semana passada, a Rússia mostrou pela primera vez em público o polêmico míssil de cruzeiro Novator 9M729 (SSC-8, segundo a classificação da Otan), mas os militares ocidentais recusaram o convite.
Ryabkov considera "inadmissível" o pedido dos EUA e da Otan para que Moscou destrua o Novator, que, segundo o Ministério de Defesa russo, tem um alcance de 480 quilômetros, por isso não viola o INF.
De acordo com o vice-ministro de Defesa, a Rússia não reconhecerá de forma alguma a saída unilateral dos EUA do tratado INF, que terá "um valor insignificante do ponto de vista jurídico".
Os EUA deram um prazo até 2 de fevereiro para que a Rússia cumpra de maneira "verificável" o INF, ultimato que foi rejeitado pelo presidente russo, Vladimir Putin, que acusa Washington de aumentar o risco de uma guerra nuclear no mundo ao abandonar tratados de desarmamento para a segurança internacional. EFE
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