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Jornalista diz que ficou retido porque Maduro não gostou das perguntas feitas

26/02/2019 01h36

Miami, 25 fev (EFE).- O jornalista da "Univision", Jorge Ramos, confirmou nesta segunda-feira que ele e sua equipe ficaram retidos por cerca de duas horas no Palácio de Miraflores, em Caracas, após Nicolás Maduro não ter gostado das perguntas que fez, ao mesmo tempo lhe confiscou o material e a gravação.

"Eles têm a entrevista", disse Ramos, em suas primeiras declarações, após ter estado retido em Miraflores ao lado de cinco produtores e cinegrafistas.

Além de confiscar todo o equipamento e inclusive, Ramos disse em uma ligação à "Univision" que os "trancaram em uma sala de segurança, com as luzes apagadas" e "arrancaram seus celulares".

Ramos confirmou o que foi dito pela "Univision" e o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP), exceto pelo tempo que estiveram em Miraflores contra a sua vontade, pois tinha dito que foram cinco horas, mas ele as reduziu para duas horas e meia.

"Tínhamos uma entrevista com o presidente Nicolás Maduro e depois de aproximadamente 17 minutos de entrevista, ele não estava gostando das coisas que estávamos perguntando sobre a falta de democracia na Venezuela, sobre tortura, prisioneiros políticos e a crise humanitária que o país está vivendo", relatou à "Univision".

Maduro levantou-se da entrevista depois que eu mostrei alguns vídeos de alguns jovens comendo do lixo.

"Imediatamente um dos seus ministros, Jorge Rodríguez (Comunicações), veio para nos dizer que a entrevista não foi autorizada e confiscou todos os equipamentos", disse Ramos.

"Não temos nada", lamentou o jornalista, conhecido em toda América Latina, por um estilo incisivo que também lhe causou problemas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelas suas políticas anti-imigrantes. EFE