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Venezuela diz que ordenou expulsão dos diplomatas dos EUA

Yuri Cortez/AFP
Imagem: Yuri Cortez/AFP

12/03/2019 12h33

O governo de Nicolás Maduro informou hoje que foi a Venezuela que ordenou a expulsão dos diplomatas americanos que ainda permaneciam no país - após os Estados Unidos terem anunciado a decisão de retirá-los na véspera -, pois a presença deles oferecia "riscos" para a "estabilidade".

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, informou pelo Twitter que ontem comunicou ao chefe da missão diplomática dos Estados Unidos em Caracas, James Story, a decisão de não prorrogar as conversas entre ambos os governos sobre um possível acordo para o estabelecimento de escritórios de interesses.

"Será requerido ao governo americano a saída do território nacional do pessoal remanescente nas próximas 72 horas" a partir de hoje, diz a nota oficial.

O governo argumenta que representantes de Donald Trump insinuaram "em várias oportunidades" ações contra o chavismo e "ameaçaram com o uso da força militar sob pretexto de proteger o seu pessoal diplomático em Caracas".

"Esses funcionários mentiram sistematicamente sobre a Venezuela e dirigiram operações de bandeira falsa para justificar uma intervenção", prossegue o texto.

De acordo com o comunicado, o governo de Maduro ratifica "a sua inalterável disposição de manter canais de comunicação e diálogo" com Washington "sempre e quando estes se desenvolvam dentro de uma relação de igualdade e respeito mútuo".

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou ontem a retirada de todos os diplomatas americanos da Venezuela e explicou que esta decisão "reflete a deterioração da situação" no país.

"A presença de pessoal diplomático na embaixada se transformou em um obstáculo para a política americana", acrescentou Pompeo.

Arreaza acrescentou hoje pelo Twitter que "pretender fazer acreditar que Washington retira o seu pessoal não é mais que uma reação arrogante e pessimista que demonstra muita frustração. Como foi informou ontem, a decisão do presidente Nicolás Maduro deve ser cumprida nas próximas 72 horas".