Alemanha e França desenvolvem rede a favor do multilateralismo na ONU
Nova York, 2 abr (EFE).- Alemanha e França estão desenvolvendo uma rede de países favoráveis ao multilateralismo na ONU para formar, já para a próxima Assembleia Geral, uma frente comum em questões como a desnuclearização, a mudança climática e os direitos humanos, uma iniciativa que está "aberta" a quem quiser contribuir.
A iniciativa foi divulgada nesta terça-feira em entrevista coletiva em Nova York pelos ministros das Relações Exteriores da França, Yves Le Drian, e da Alemanha, Heiko Maas, que presidem conjuntamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas nos meses de março e abril, precisamente, segundo eles, em um exemplo de "aliança multilateral".
Com sua união diplomática, disse Le Drian, buscam "transmitir uma mensagem sobre as consequências do unilateralismo, do nacionalismo e do discurso extremista", assim como encorajar a "levantar a voz" outros países que formam uma "maioria silenciosa" e que davam como certa a cooperação internacional.
"Perseguiremos esta iniciativa nos próximos meses para que a aliança seja implementada em nível ministerial, e no próximo mês de setembro tentaremos convencer todos os países possíveis para que se unam", destacou o diplomata francês.
O Conselho de Segurança da ONU recebeu nesta manhã uma sessão sobre o Tratado de Não-Proliferação (TNP), que será submetido à revisão no início de 2020, e Maas afirmou que participou do debate "um grupo de países com ideias similares", que querem evitar lutas internas e têm vontade de formar uma rede.
Após a sessão, os 15 países do principal órgão de decisão das Nações Unidas concordaram em assinar um documento no qual reconhecem as conquistas do TNP e renovam seus compromissos com suas obrigações.
Perguntados pela possibilidade da participação na futura rede dos Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump defende a soberania nacional sobre o multilateralismo, os ministros da Alemanha e da França não descartaram totalmente essa opção.
"Não estamos organizados contra ninguém, exceto os que menosprezam o multilateral", ressaltou Le Drien, enquanto Maas disse que não querem deixar nenhum país de fora, mas faz sentido que se unam "aqueles que se declarem multilaterais e fazem contribuições".
"Nesse caso, estaríamos felizes de receber os EUA", acrescentou o ministro alemão, que frisou que, para fortalecer a ordem internacional, os países "devem decidir de que lado estão". EFE
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