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Equador diz que saída iminente de Assange são "rumores infundados"

05/04/2019 10h42

O ministro de Relações Exteriores e Mobilidade Humana do Equador, José Valencia, considerou hoje que são "rumores infundados" as informações que indicam uma saída iminente do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, da embaixada do país em Londres.

"Rumores da 'iminente' saída de Assange vêm de meses atrás. O governo não vai comentar os rumores atuais e infundados, que além disso são insultantes", afirmou o titular da diplomacia equatoriana em seu perfil no Twitter.

Valencia acrescentou que "o Equador toma suas decisões de maneira soberana e independente de outros países".

"O asilo diplomático é uma faculdade soberana de um Estado, que tem o direito de outorgá-lo ou retirá-lo unilateralmente quando considerar justificado", reiterou o chanceler.

O pronunciamento aconteceu no momento em que partidários de Assange se reuniam em frente à embaixada do Equador em Londres em função dos rumores de que ele seria expulso da sede da delegação diplomática, onde vive desde 2012.

O site WikiLeaks informou que Assange será expulso dentro de "algumas horas ou dias" do prédio, e afirmou no Twitter que obteve esta informação de uma fonte do alto escalão do governo equatoriano.

O WikiLeaks acrescentou que há um suposto acordo com o Reino Unido para que Assange seja detido.

O australiano se refugiou na embaixada equatoriana na capital britânica em 2012 para evitar sua extradição à Suécia, que então solicitava sua entrega por supostos crimes sexuais.

Seu pedido de asilo ao Equador aconteceu após um longo processo de extradição à Suécia nos tribunais britânicos e deu início a um caso de difícil solução, pois o Reino Unido se negou reiteradamente a proporcionar ao jornalista um salvo-conduto que lhe permitisse seguir para o país latino-americano.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90 mil documentos sigilosos relacionados com ações militares americanas no Afeganistão e cerca de 400 mil documentos secretos sobre a guerra do Iraque.

Naquele mesmo ano, o portal começou a vazar cerca de 250 mil correspondências diplomáticas provenientes do Departamento de Estado dos EUA.

O WikiLeaks teme que se Assange sair da embaixada as autoridades do Reino Unido irão extraditá-lo para os Estados Unidos.

O site considera que o caso de Assange tem paralelo com o de Edward Snowden, o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) que também divulgou informações sigilosas sobre espionagem do governo americano e vive refugiado na Rússia.