Equador confirma que retirou asilo de fundador do WikiLeaks
O Equador retirou hoje o asilo político do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, "por violar reiteradamente convenções internacionais e o protocolo de convivência", informou o Ministério das Relações Exteriores do país em comunicado.
"A Chancelaria do Equador informa que o presidente da República, Lenín Moreno Garcés, decidiu no dia de hoje pelo fim do asilo diplomático concedido em 2012", diz a nota.
O fundador do WikiLeaks foi detido hoje na embaixada do Equador em Londres, depois de ser autorizada a entrada da polícia do Reino Unido no local, uma vez que o governo equatoriano decidiu retirar o asilo que havia concedido ao jornalista e ativista, informou à Agência Efe uma porta-voz da Scotland Yard, a Polícia Metropolitana de Londres (Met).
"A concessão e o cancelamento do asilo diplomático é poder soberano de um Estado", diz a nota, que também detalha que "a decisão do Equador aconteceu depois de receber garantias do Reino Unido de que não existem riscos para a vida e a integridade do senhor Assange".
"O Reino Unido ofereceu garantias, a pedido do Equador, de que se houver um pedido de extradição de Assange, ele não será entregue a um país onde possa ser imposta e executada a pena de morte ou que ele possa ser submetido a torturas e maus tratos", acrescentou o governo equatoriano.
Requerido pela Justiça britânica por violação de medidas cautelares quando passava por um processo de extradição para a Suécia há alguns anos, Assange viu cancelada sua condição de asilado "por causa de sua reiterada violação das normas estabelecidas nas convenções interamericanas sobre asilo diplomático de Havana (1928) e Caracas (1954), assim como pelos descumprimentos do Protocolo Especial de Convivência da Embaixada".
"O embaixador do Equador em Londres notificou formalmente o senhor Assange sobre a decisão de dar por terminado o asilo diplomático e este deixou a embaixada escoltado pela polícia diplomática inglesa", continua a nota.
Agora, Assange "deverá comparecer à Justiça britânica e não tem, no momento, nenhum pedido de extradição do qual o Estado equatoriano tenha conhecimento", concluiu o ministério do país no comunicado oficial.
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