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Maduro diz que Trump foi enganado por quem disse que ele fugiria para Cuba

01/05/2019 20h25

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi enganado por quem disse que ele fugiria para Cuba após o levante promovido ontem pelo líder da oposição, Juan Guaidó.

"Deixem-me dizer que os senhores foram enganados e, por sua vez, enganaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entraram em uma panela de mentiras, uma panela de intrigas que tentaram lançar contra nós e isso se virou contra eles em uma derrota pavorosa da tentativa de golpe de Estado", disse Maduro em discurso durante um evento em comemoração pelo Dia do Trabalhador.

Maduro criticou o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e o enviado especial americano para a Venezuela, Elliott Abrams, por dizerem que havia um avião pronto para levá-lo a Cuba e que ele só mudou de ideia devido à interferência da Rússia.

"Acreditaram em suas próprias notícias falsas", disse Maduro.

Em entrevista à Agência Efe, Abrams reiterou informações divulgadas ontem por Bolton que importantes figuras do chavismo estavam dialogando com a oposição e com o governo dos EUA para tirar Maduro do poder. Um deles seria o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, que teria desistido de mudar de lado.

"Muitos deles desligaram os celulares. (...) Falaram, falaram, falaram. Quando chegou o momento da ação, não estavam dispostos a agir", disse Abrams, frustrado com a decisão dos chavistas.

Além de Padrino, teriam participado das conversas o presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Maikel Moreno, e o comandante da Guarda de Honra Presidencial, Iván Rafael Hernández Gala.

Maduro criticou a oposição e os EUA por terem enganado a si mesmos e aos cerca de 40 militares que seguiram o levante de Guaidó.

"O imperialismo americano os fez crer que íamos nos render", disse o presidente da Venezuela.

A crise na Venezuela se agravou em janeiro, quando Guaidó, líder do parlamento do país, se autoproclamou presidente interino, ganhando apoio quase imediato dos EUA e de outros países.