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Eleições presidenciais argentinas tem apenas uma mulher na disputa até agora

13/06/2019 16h03

Buenos Aires, 13 jun (EFE).- A esquerdista Manuela Castañeira foi a única política que expressou até agora sua intenção de concorrer à presidência da Argentina nas eleições de outubro, que serão precedidas em 11 de agosto por um processo de primárias nas quais serão determinadas os candidatos definitivos.

Formada em Sociologia e autointitulada "socialista e feminista", Castañeira lidera a chapa do Novo Movimento ao Socialismo (Novo MAS), que conta com Eduardo Mulhall como candidato à vice-presidência.

"Com a força dos trabalhadores, das mulheres e da juventude. Unamos a esquerda para que seja alternativa!", é o lema com o qual a chapa concorre.

Na quarta-feira venceu o prazo para que os partidos levassem à Justiça Eleitoral as coalizões com as quais concorrerão, embora haja tempo até 22 de junho para a entrega dos nomes e sobrenomes de quem compõe as listas de pré-candidatos à presidência, vice-presidência, deputado e senador dentro dessas alianças, razão pela qual ainda podem surgir variações.

No entanto, a maioria das legendas políticas já anunciou suas indicações, entre as quais se destacam a do presidente Mauricio Macri com o peronista Miguel Ángel Pichetto como postulante a vice-presidente pela coalizão Juntos pela Mudança; a de Alberto Fernández e Cristina Kirchner pela Frente de Todos; e a de Roberto Lavagna e Juan Manuel Urtubey pelo Consenso Federal 2030.

Entre os partidos mais à esquerda do espectro ideológico, até agora de representação minoritária no Congresso, foi anunciada uma frente integrada pelo Partido Operário, pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas, pela Esquerda Socialista e pelo Movimento Socialista dos Trabalhadores, com Nicolás del Caño como candidato a presidente e Romina del Plá para o cargo de vice.

É neste lado do leque de partidos que se situa o Novo MAS de Castañeira, que se apresenta como uma alternativa a Macri e à chapa da ex-presidente Cristina Kirchner.

"A Argentina precisa de um programa alternativo que rejeite tanto os 10 pontos do macrismo de submissão ao FMI (Fundo Monetário Internacional), como também o pacto social proposto por Alberto Fernández e o kirchnerismo, o que não é mais do que uma ferramenta utilizada para que os trabalhadores paguem pela crise", ressaltou no site a pré-candidata.

Castañeira disputou as primárias de 2015, mas o Novo MAS não alcançou o apoio suficiente e ficou inabilitado para concorrer às eleições gerais.

Para a próxima campanha eleitoral, Castañeira já antecipou que entre suas propostas está "a ruptura com o FMI", não pagar a dívida externa, a legalização do aborto e a proibição de demissões e suspensões.

"Frente ao fracasso de Macri e à coalizão conservadora proposta por Alberto Fernández, a esquerda tem que se unir para ser alternativa com um programa anticapitalista de ruptura com o FMI", acrescentou.

Nas eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias de 11 de agosto serão definidas quais listas estão aptas a concorrer nas eleições nacionais - as que obtiverem pelo menos 1,5% dos votos - e quem receber mais votos em cada coalizão concorrerá nos pleitos de 27 de outubro. EFE