Trump telefona para Abe após tentativa de facilitar diálogo entre EUA e Irã
Washington, 14 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ligou nesta sexta-feira para o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, para "agradecer pelos esforços para facilitar um diálogo" entre o governo americano e o do Irã, algo que os dois países descartaram na quinta-feira, em meio a um clima de crescente tensão no Golfo Pérsico.
A Casa Branca informou em comunicado sobre a conversa telefônica entre Trump e Abe, que nesta semana visitou Teerã com o objetivo de mediar o início de um diálogo entre EUA e Irã para resolver os atritos dos últimos meses.
"Os dois líderes falaram sobre uma série de temas bilaterais, incluindo a recente viagem do primeiro-ministro Abe ao Irã e as circunstâncias em torno dos ataques a dois cargueiros no Golfo de Omã", explicou um porta-voz da Casa Branca, Hogan Gidley.
"O presidente Trump agradeceu ao primeiro-ministro Abe pela tentativa de facilitar a comunicação com o Irã", acrescentou a fonte, que disse que ambos falaram também sobre as negociações comerciais entre EUA e Japão e sobre a cúpula do G20, que será realizada entre 28 e 29 de junho na cidade japonesa de Osaka.
Após receber Abe nesta quinta-feira, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, afirmou que negociar com os EUA não faria sentido e se negou a enviar uma mensagem a Trump através do primeiro-ministro do Japão.
Pouco depois, Trump descartou também uma negociação com o Irã e afirmou no Twitter que "é cedo demais para pensar em chegar a um acordo", porque nenhum dos dois governos "estão preparados".
A tensão com o Irã aumentou desde que os EUA decidiram aumentar as atividades militares no Oriente Médio, reforçar as sanções ao governo iraniano e designar a Guarda Revolucionária do país persa como grupo terrorista.
Além disso, houve incidentes no Golfo Pérsico que despertaram alerta na comunidade internacional, o último na quinta-feira, quando dois navios cargueiros foram atacados no Mar de Omã.
Enquanto os EUA responsabilizam o Irã por este incidente, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, destacou que uma das embarcações estava a serviço de uma empresa japonesa e que o fato era pelo menos "suspeito", já que coincidiu com a visita de Abe a Teerã. EFE
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