Irã supera limite de reserva de urânio enriquecido estabelecido em acordo
Teerã, 1 jul (EFE).- A República Islâmica do Irã já superou o limite de reserva de 300 quilogramas do urânio enriquecido estabelecido no histórico acordo nuclear de 2015, segundo informou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Yavad Zarif.
Em declarações divulgadas pela agência iraniana de notícias "ISNA", o ministro iraniano explicou que esta ação é coerente com as previsões sobre o enriquecimento de urânio.
"O Irã, segundo seu programa, superou o limite dos 300 quilos e isso tínhamos esclarecido previamente, dissemos de modo muito claro o que fazemos e atuamos de acordo com isso, reconhecemos isso como nosso direito no acordo nuclear", disse Zarif.
Segundo o acordo de 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018, o Irã deve limitar seu programa nuclear para não poder desenvolver em curto prazo uma bomba atômica, em troca de alívios econômicos e comerciais, que agora estão em interdição pelas sanções americanas.
O ministro iraniano ressaltou hoje que "as medidas europeias" para esquivar as sanções dos EUA "não são suficientes", razão pela qual a República Islâmica do Irã "fará suas ações de acordo com o plano anunciado previamente".
Após a saída dos EUA do acordo nuclear, o governo de Teerã já havia anunciado em maio do ano passado que deixaria de cumprir alguns aspectos do acordo, como a quantidade máxima permitida de urânio pouco enriquecido.
O chefe da diplomacia iraniana explicou que o mecanismo europeu para contornar as sanções econômicas dos EUA e manter a troca comercial (Instex, na sigla em inglês) é uma medida "preliminar para que a Europa cumpra com suas obrigações".
"O Instex sem a implementação dos demais compromissos não tem nenhum sentido", disse Zarif, acrescentando que, segundo o acordo nuclear, "o povo do Irã deve ver os resultados".
"Os europeus se comprometeram a garantir a venda do petróleo do Irã, e não fizeram isso; os europeus se comprometeram a garantir o transporte, e também não cumpriram isso; também se comprometeram a garantir o retorno dos ativos iranianos e a venda de petróleo e também não cumpriram", lamentou.
"O Instex é só uma introdução aos compromissos que ainda não foi implementado de maneira completa", reiterou Zarif.
O acordo, denominado Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês), estipula que o Irã deve exportar seus excedentes de urânio e de água pesada quando estes ultrapassarem 300 quilos e 130 toneladas, respectivamente, para impedir que possa desenvolver uma bomba atômica.
No último dia 17 de junho o porta-voz da Agência de Energia Atômica do Irã (AEAI), Behruz Kamalvandí, já havia advertido da situação.
"Hoje começa a contagem regressiva para que as reservas superem 300 quilos de urânio enriquecido e, dentro de 10 dias, em 27 de junho, passaremos esse limite", alertou.
Após este anúncio por parte do Irã da redução dos seus compromissos nucleares, representantes de Estados europeus se dirigiram ao Irã pedindo que continue dentro dos objetivos do acordo. EFE
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