Relatório diz que 18 bebês foram separados dos pais na fronteira dos EUA
Pelo menos 18 crianças menores de dois anos de idade foram separadas de seus pais na fronteira dos Estados Unidos com o México entre 20 dias e seis meses durante a aplicação da política de "tolerância zero" no ano passado, segundo um relatório divulgado hoje pelo Congresso.
O Comitê de Supervisão da Câmara de Representantes dos EUA, que questiona a política de segurança fronteiriça da Administração do presidente americano, Donald Trump, revelou nessa análise que pelo menos 2.648 menores de idade foram separados de seus pais no período da política de "tolerância zero".
Dentre esses bebês, nove eram menores de um ano no momento em que foram separados de seus pais na fronteira com o México.
O estudo, baseado em informações fornecidas pelo governo de Trump, conclui também que várias crianças foram detidas em instalações da Patrulha Fronteiriça durante mais das 72 horas permitidas.
Quando um menor é detido na fronteira dos EUA por tentar entrar ou ser introduzido ilegalmente no país, deve ser levado a um centro de menores controlado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dentro dos três primeiros dias de ingresso.
O anúncio destes novos dados chega em uma semana na qual foram realizadas duas audiências sobre as condições nas quais vivem as crianças nos centros de detenção para migrantes.
Na audiência realizada na quarta-feira, a mãe de uma menina guatemalteca de 19 meses, morta em maio de 2018 após ficar doente em um centro de detenção para imigrantes no qual estava detida, explicou com detalhes o que aconteceu para que sua filha morresse.
O debate na Câmara Baixa aconteceu em momentos em que os centros aos quais os imigrantes ilegais são levados ficaram sob apuração pública pelas denúncias, especialmente relacionadas com as condições insalubres nas quais vivem os menores.
O governo Trump assegura que existe uma crise humanitária na fronteira com o México, que derivou na aglomeração nas instalações das autoridades de fronteira.
Durante os últimos meses foi denunciada a morte de seis crianças em centros de detenção. A última aconteceu em 23 de maio, quando as autoridades confirmaram a morte, em setembro de 2018, de uma migrante salvadorenha de dez anos.
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