Merkel insiste em que se sente "bem", convencida de que completará mandato
Berlim, 19 jul (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, insistiu nesta sexta-feira em que se sente "bem de saúde" e se mostrou convencida de que está capacitada para completar seu mandato, previsto para até 2021, apesar dos reiterados tremores em público sofridos nas últimas semanas.
"Bem, me sinto bem", respondeu a chanceler alemã, em sua entrevista coletiva habitual antes do recesso de férias, de cerca de 90 minutos, na qual se submeteu a todo tipo de perguntas.
"Entendo que me perguntem sobre minha saúde", respondeu Merkel, que se manteve na sua posição de não dar mais explicações sobre o assunto, como fez nas últimas semanas, seja pessoalmente ou através de algum de seus porta-vozes.
"Vocês já me conhecem há algum tempo", disse Merkel, após se referir ao seu reconhecido "senso de responsabilidade" e ao fato de que tomaria as decisões certas se não estivesse em condições de continuar no cargo.
A chanceler se referiu, além disso, à sua decisão, anunciada em outubro do ano passado, de não concorrer a outro mandato assim que o atual terminar.
Merkel também se referiu à sua decisão de deixar a presidência da União Democrata-Cristã (CDU), o partido que comandou desde 2000, e cuja liderança é exercida desde dezembro do ano passado por Annegret Kramp-Karrenbauer, considerada leal à sua linha.
A decisão de se Kramp-Karrenabuer, apelidada AKK por seus compatriotas, assumirá ou não a candidatura do partido para lutar pela Chancelaria nas seguintes eleições gerais, "compete à União e será adotada ao seu devido tempo", disse a política.
AKK assumirá o cargo de ministra da Defesa no Parlamento federal (Bundestag) na próxima semana, cargo vago após a eleição de sua correligionária Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia (UE).
A entrada da líder do CDU para o governo de Merkel é considerada em alguns meios de comunicação alemães e internacionais como um sinal de aceleração nos planos de aposentadoria da chanceler.
Os sucessivos ataques de tremores físicos da chanceler geraram debates na Alemanha sobre a necessidade ou não de que Merkel informe sobre seu estado de saúde.
Segundo uma pesquisa semanal da televisão pública alemã "ZDF", 80% dos cidadãos alemães consideram que isso é um assunto particular e apenas 19% exigem uma maior transparência. EFE
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