Vargas Llosa chama Boris Johnson de mentiroso, palhaço e demagogo
Bogotá, 24 jul (EFE).- O escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel de Literatura em 2010, chamou o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, de mentiroso, palhaço e demagogo durante um evento realizado nesta quinta-feira em Bogotá, na Colômbia.
"O Partido Conservador, que foi de Margaret Thatcher, de Winston Churchill, acaba de escolher como presidente um mentiroso e um palhaço como Boris Johnson", disse Vargas Llosa durante discurso realizado no Fórum Diálogos de Inovação para a Democracia, realizado na capital colombiana.
O escritor afirmou que o populismo é uma praga que acompanha a democracia desde o início da história, um fenômeno que ocorre até mesmo nos países mais avançados, cultos e tolerantes, como a Inglaterra.
Johnson, um dos principais defensores da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o Brexit, foi confirmado como primeiro-ministro do país nesta quarta-feira, substituindo Theresa May, que renunciou ao cargo.
"Os britânicos já se livrarão dele, espero que seja em breve, para que Boris Johnson não acabe com o progresso, a civilização e a cultura da Grã-Bretanha. Um demagogo que seduza multidões pode acabar com países que conquistaram a civilização", disse o escritor peruano.
Vargas Llosas também falou sobre Cuba, Nicarágua e Venezuela. Para o escritor peruano, esses regimes não podem servir de exemplo para ninguém porque exemplificam o que o socialismo radical faz com os países que o adotam.
"O sacrifício dos cubanos, dos venezuelanos e dos nicaraguenses serviu para nos mostrar muito de perto a verdadeira cara do socialismo, que é a terra transformada em um inferno", afirmou o Nobel de Literatura em 2010.
Para Vargas Llosa, a América Latina está em uma situação muito ruim. Na avaliação do escritor, apesar do continente ter se livrado dos governos militares das décadas de 60 e 70, agora a região vive sob "ditaduras ideológicas".
Como ponto positivo, Vargas Llosa disse que os regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua estão de saída e já não despertam entusiasmo e paixão como a Revolução Cubana liderada por Fidel Castro.
"Na história da América Latina jamais tivemos um país que se destruísse na velocidade que a Venezuela se destruiu", concluiu. EFE
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