Ex-prefeito de Teerã é condenado à morte por assassinato de esposa

O ex-prefeito de Teerã e ex-ministro Mohammad-Ali Najafi foi condenado à morte em primeira instância pelo assassinato de sua esposa, informou nesta terça-feira o Poder Judiciário do Irã.

O porta-voz do Judiciário, Gholamhossein Esmaili, explicou em entrevista coletiva que Najafi foi considerado culpado de duas das três acusações: assassinato premeditado, agressão e posse ilegal de arma de fogo.

O tribunal o condenou à pena de morte pelo assassinato premeditado de sua segunda mulher, Mitra Ostad, e a dois anos de prisão pela posse ilegal de uma arma, detalhou o porta-voz, citado pela televisão estatal iraniana.

Esmaili apontou que a sentença não é definitiva e pode ser recorrida Na Suprema Corte.

A primeira sessão do julgamento de Najafi, que despertou uma grande atenção da mídia no Irã, foi realizada em 13 de julho.

O ex-prefeito confessou o assassinato em 28 de maio de sua esposa, contra quem atirou dentro de seu apartamento, situado em uma torre do luxuoso bairro do noroeste da capital iraniana Saadat Abad.

Segundo disse então o superintendente do Tribunal de Crimes de Teerã, Mohamad Shahriari, a mulher morreu pelos ferimentos causados por vários disparos.

Na confissão, divulgada pela televisão estatal, Najafi disse que tinha proposto o divórcio e que ela não tinha aceitado, e que no dia do assassinado eles discutiram sobre suas diferenças.

"Eu me enfureci e peguei o revólver para assustá-la enquanto ela foi ao banheiro. Cometi um erro e ela perdeu a vida", explicou o ex-prefeito.

Najafi, de 67 anos, foi eleito prefeito de Teerã em agosto de 2017, embora só tenha ocupado o cargo durante sete meses.

Com um mestrado em matemática pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, foi ministro de Ciência e Educação nas décadas de 80 e 90 e chefe do Centro de Planejamento e Orçamento do Irã.

Durante o primeiro mandato do presidente Hassan Rohani (2013-2017), foi de novo proposto para ocupar a pasta de Educação, mas não obteve a confiança do Parlamento, por isso trabalhou durante um tempo como assessor do líder.