Caxemira completa uma semana sem comunicação em meio a festividade tradicional
A Caxemira indiana, de maioria muçulmana, celebra hoje a festividade muçulmana do Eid al-Adha ou "Festa do Sacrifício", ao mesmo tempo que completa uma semana incomunicável pelas restrições impostas pelo Governo após o anúncio da revogação do status especial da região em disputa com o Paquistão.
Em Srinagar, "levando em conta a possibilidade de terroristas, militantes e elementos agitadores tentarem perturbar a ordem pública e a paz, foram impostas restrições razoáveis às grandes reuniões em zonas sensíveis", informou o governo em comunicado.
A região do Himalaia, vigiada por cerca de 25 mil agentes de segurança, sofre desde segunda-feira com proibições que impedem o livre deslocamento, as reuniões públicas, o uso de telefones e internet e as manifestações.
Mesmo assim, as forças de segurança permitiram as visitas às mesquitas e "as orações de Eid ocorreram pacificamente em Jammu e na Caxemira", afirmou o Governo.
O regime de exceção foi imposto pouco antes de o Governo da Índia apresentar no Parlamento uma lei que instruía a modificação do artigo 370 da Constituição que estabelecia o status especial da Caxemira pelo qual a região gozou de autonomia constitucional durante 70 anos.
A lei que foi aprovada em poucos dois dias nas duas Câmaras do Parlamento, levou à divisão do estado em dois "territórios da união"- o de Jammu e Caxemira e o de Ladakh - sob o controle direto do governo central.
As autoridades informaram que as restrições começaram a ser relaxadas no sábado, com a permissão de reabertura das lojas e facilitando às pessoas as comprar para a celebração de Eid.
"As pessoas saíram em grande número e lotaram as ruas de Srinagar no sábado, aproximadamente 20% das lojas abriram e os comerciantes ambulantes venderam comida", informou.
O Governo divulgou imagens de centenas de pessoas comparecendo às mesquitas e das ruas parcialmente transitáveis.
"Houve alguns incidentes isolados de lançamento de pedras a um nível insignificante", afirmou o Governo.
No entanto, trabalhadores de um centro de saúde asseguraram à Efe que na sexta-feira pelo menos três manifestantes foram atendidos com ferimentos, dois deles com lesões causadas por armas de fogo após um protesto em Srinagar.
Testemunhas e manifestantes asseguraram que a manifestação reuniu cerca de 5 mil pessoas.
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