Nigerianos que fogem da violência na África do Sul começam a deixar o país
O primeiro dos voos programados para repatriar os 640 nigerianos residentes na África do Sul que pediram para deixar o país querendo fugir dos ataques xenofóbicos ocorridos nos últimos dias, decolou hoje de Johanesburgo com destino a Lagos, na Nigéria.
Este primeiro avião, que deixou o Aeroporto Internacional Oliver Tambo com várias horas de atraso devido a problemas com a documentação de alguns dos passageiros, decolou com 317 pessoas, confirmou o ministro das Relações Exteriores nigeriano, Geoffrey Onyeama, em sua conta do Twitter.
As operações de repatriamento continuarão nos próximos dias, até a saída dos 640 imigrantes nigerianos que tenham informado ao consulado de seu país suas intenções de deixar a África do Sul.
Os voos são gratuitos graças a uma iniciativa da empresa privada nigeriana Air Peace, que disponibilizou seus aviões após os episódios de violência.
A comunidade nigeriana - que é frequentemente associada ao crime na África do Sul - foi precisamente uma das mais afetadas pelos saques e distúrbios xenofóbicos que tiveram início no último dia 1º nas zonas de Johanesburgo e em seu cinturão metropolitano.
Consequentemente, o governo liderado pelo presidente nigeriano Muhammadu Buhari, foi um dos mais críticos aos incidentes, embora a África do Sul também tenha sido o foco de repreensões de muitos outros países africanos, como o Zimbábue, Moçambique e Zâmbia.
O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou ontem o estabelecimento de um posto de recepção próximo à fronteira com a África do Sul "para a repatriação voluntária e imediata dos cidadãos diretamente afetados pela onda de violência".
Enquanto isso, nos arredores de Joanesburgo, foram estabelecidos centros que hospedam centenas de pessoas de diferentes nacionalidades - como abrigo temporário para moçambicanos e outro para zimbabuanos à espera de possíveis operações de repatriação - que tiveram que abandonar suas casas pela violência.
No total, 12 mortes foram confirmadas desde o início dos distúrbios, quando lojas de estrangeiros, assim como também de sul-africanos, foram atacadas em diferentes áreas de Johanesburgo.
Entre os mortos, dez são sul-africanos e dois estrangeiros, segundo confirmou ontem a ministra da Defesa do país, Nosiviwe Mapisa-Nqakula.
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