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Presidente do Irã advoga por "cooperação em massa" e "paz duradoura" no golfo Pérsico

15.fev.2018 - O presidente iraniano Hassan Rouhani fala a líderes muçulmanos em Hyderabad, Índia - Danish/Reuters
15.fev.2018 - O presidente iraniano Hassan Rouhani fala a líderes muçulmanos em Hyderabad, Índia Imagem: Danish/Reuters

Em Teerã

23/09/2019 06h32

O presidente do Irã, Hassan Rohani, defendeu hoje "uma cooperação em massa" e "uma paz a longo prazo" no golfo Pérsico, onde recentemente ocorreram vários incidentes de segurança e a tensão disparou.

As declarações do governante iraniano foram dadas antes do embarque para Nova York, onde comparecerá, como um dos líderes mais esperados, à Assembleia Geral da ONU, na qual proporá a sua iniciativa "Paz em Ormuz", também chamada de "Esperança".

"Buscamos uma cooperação em massa dentro da região do golfo Pérsico para conseguir segurança e queremos que todos os países da região participem deste caminho", explicou, segundo um comunicado da presidência.

Rohani afirmou que a iniciativa englobará "outros assuntos" além da segurança e que a ONU também está convidada a participar dela.

"Esperamos poder anunciar ao mundo que o Irã busca a paz a longo prazo na região", acrescentou o mandatário, que ontem estendeu a mão aos rivais do golfo Pérsico para tentar resolver a atual crise, embora se mantenha muito crítico em relação aos Estados Unidos.

Na mesma linha, Rohani denunciou nesta segunda-feira que "os EUA querem tomar o controle completo da região e de todo o petróleo da parte oriental da Arábia Saudita".

"Os americanos querem aproveitar ao máximo esta oportunidade e buscam concluir contratos de sistemas de defesa de bilhões de dólares com países regionais, o que indica que têm outros objetivos para continuarem com a presença na região", advertiu.

Os EUA anunciaram a mobilização de mais tropas na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes depois dos ataques cometidos na semana passada contra duas refinarias da petroleira saudita Aramco.

EUA e Arábia Saudita acusam o regime iraniano pelos ataques, que foram reivindicados pelos rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã. As autoridades iranianas negam qualquer envolvimento nos incidentes e defendem o direito dos houthis de contra-atacar diante da intervenção militar da coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen.