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Internet é restaurada em celulares do Irã após bloqueio devido aos protestos

25.nov.2019 - Protesto pró-governo de Ayatollah Ali Khamenei, no Irã - Atta Kenare/AFP
25.nov.2019 - Protesto pró-governo de Ayatollah Ali Khamenei, no Irã Imagem: Atta Kenare/AFP

Teerã (Irã)

27/11/2019 14h49

As autoridades do Irã começaram hoje a restaurar a conexão a internet em telefones celulares, cortada desde o último dia 16 por causa da onda de protestos e motins no país.

De acordo com informações de usuários de várias empresas iranianas passadas à Agência Efe, seus dados móveis já estão funcionando, alguns por horas e outros por alguns minutos.

A primeira empresa de telefonia que começou a fornecer internet aos seus clientes foi a Irancell, enquanto a outra grande empresa, a MCI, levou um pouco mais de tempo para restabelecer o serviço.

Os telefones fixos já estão em operação desde o último sábado, dois dias após o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, órgão responsável pela decisão de bloquear a internet, informar a aprovação da conectividade "para algumas áreas".

As principais regiões que permaneceram bloqueadas foram nas províncias de Fars (sul), Juzestan (sudoeste) e Alborz (norte), locais onde os distúrbios eram de maior intensidade e duração.

Pelo menos em Juzestan, a conectividade das linhas fixas foi restaurada hoje, mas ainda não a dos telefones celulares, disse à Efe um morador daquela província.

No último dia 16, as autoridades iranianas decidiram cortar a internet devido à grande quantidade de protestos desencadeados no dia anterior pelo aumento do preço da gasolina entre 50% e 300%.

A justificativa do governo, muito criticada internacionalmente, é que as redes sociais eram os meios utilizados para organizar os protestos e transmitir os vídeos dos atos.

Na última quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, denunciou que o Irã havia bloqueado o acesso à internet para ocultar as "mortes e tragédias" provocadas por seus próprios líderes.

A Anistia Internacional e a Human Rights Watch denunciaram que mais de 140 manifestantes morreram em cerca de 20 cidades devido à repressão das forças de segurança e que os detidos são contados por milhares.

No entanto, as autoridades iranianas não divulgaram um número de mortos e o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, limitou-se hoje a falar sobre os danos cometidos por "vândalos".

O ministro explicou que entre os alvos da destruição estão 731 agências bancárias, 140 propriedades públicas, 70 postos de combustível, 50 delegacias de polícia e nove centro religiosos, assim como centenas de veículos.