Aquecimento global vai chegar a 2,5°C, acima das metas do Acordo de Paris
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1. Planeta avança para um aquecimento de pelo menos 2,5°C. De acordo com pesquisa divulgada pelo jornal britânico The Guardian, quase 80% dos especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) preveem que as temperaturas vão ultrapassar as metas do Acordo de Paris. O tratado visa manter o aumento da temperatura média global "bem abaixo" de 2°C sobre os níveis pré-industriais e tenta limitá-lo a 1,5°C. Os cientistas preveem que o mundo será afetado por fomes, conflitos e migrações em massa decorrentes de ondas de calor, incêndios florestais, inundações e tempestades com intensidade e frequência muito além do que geralmente ocorre. Abril marcou um novo recorde mensal de calor no mundo, o 11° consecutivo, apesar do enfraquecimento do El Niño. Na América Latina e no Caribe houve um recorde de desastres climáticos em 2023.
2. Joe Biden ameaça suspender fornecimento de armas a Israel. Em entrevista à CNN, o presidente americano declarou ter avisado "claramente" o premiê israelense de que não haverá o envio de armamentos se Israel avançar para os centros populacionais de Rafah. que abriga mais de um milhão de refugiados. Israel vem bombardeando a cidade e tomou o controle, com tanques, do lado palestino do posto de fronteira com o Egito. Esta é a primeira vez que Biden impõe publicamente condições ao apoio militar dos EUA a Israel. A Casa Branca confirmou ter suspendido, na semana passada, a entrega de 3,5 mil bombas. "Ainda não entraram em Rafah. Se entrarem, não fornecerei as armas que têm sido utilizadas contra as cidades", declarou Biden. O jornal francês Le Monde escreve hoje que os EUA não se oporiam à volta do exército israelense a esse ponto de passagem da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Sinai.
3. Tocha olímpica chega à França a 78 dias dos Jogos de Paris. Após uma travessia de 12 dias no Mediterrâneo a bordo do veleiro Belém, que saiu da Grécia, a tocha desembarcou no porto de Marselha, no sul do país. Antes de ser recebida pelo nadador Florent Manaudout, medalhista olímpico, houve uma parada marítima com mais de mil embarcações. A cerimônia foi acompanhada por 230 mil pessoas e teve a presença do presidente Emmanuel Macron. A tocha passará por quase todas as regiões francesas, incluindo territórios ultramarinos como Martinica e Polinésia, antes de chegar a Paris no dia 14 de julho, data da festa nacional que celebra a queda da Bastilha. Ela percorrerá importantes locais do patrimônio histórico francês, como as grutas de Lascaux, cidades medievais, o Castelo de Versalhes, o Monte Saint-Michel e também parques naturais.
4. UE aprova acordo para utilizar lucros de ativos russos congelados para financiar armas à Ucrânia. O uso de recursos da Rússia bloqueados na Europa após a invasão da Ucrânia era objeto de controvérsias. A empresa de serviços financeiros Euroclear, com sede na Bélgica, detém 191 bilhões dos 260 bilhões de euros em ativos do Banco Central russo mobilizados no continente. Eles geraram lucros estimados em 4,4 bilhões de euros. Os europeus utilizarão 90% desses rendimentos para comprar armentos para a Ucrânia e os 10% restantes em ajuda para a reconstrução do país. O acordo da UE abre caminho para uma discussão mais ampla no G7 sobre o uso dos bilhões de ativos congelados. Os europeus também começaram a discutir planos para restringir ainda mais o volume de gás russo para a Europa, como parte da 14ª rodada de sanções contra o país.
5. Onda de ataques a políticos abala o governo alemão. A senadora e ex-prefeita de Berlim, Fraziska Giffey, do partido SPD, do chanceler Olaf Scholz, foi hospitalizada após ser atingida pelas costas com uma sacola pesada em uma biblioteca. Esse foi o terceiro ataque a um parlamentar em menos de uma semana. O deputado europeu Mathias Ecke foi violentamente espancado por adolescentes enquanto colava cartazes de campanha. Os incidentes são atribuídos a apoiadores do partido de extrema direita AfD, Alternativa para a Alemanha, em segundo lugar nas pesquisas para as eleições do parlamento europeu, que ocorrem em junho. O AfD nega participação. O governo alemão condenou o "número crescente de ataques desprezíveis" e denunciou um "clima de intimidação e de violência." A agressão contra a senadora ocorreu durante uma reunião de autoridades para pedir mais proteção policial aos políticos.
Deu no The Guardian: Doenças e fome aumentam na América Latina após inundações e secas. A produção de alimentos na América Latina está ameaçada após um ano de calor, inundações e secas recordes, afirma um relatório da Organização Meteorológica Mundial. O Brasil teve temperaturas de mais de 41°C no inverno e graves secas na Amazônia, onde o Rio Negro chegou ao seu nível mais baixo em mais de 120 anos. O México chegou a registrar 51,4°C em agosto passado. O caos climático, causado por uma combinação do aquecimento global e o efeito do El Niño, continua neste ano com enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul - que mataram pelo menos 100 pessoas - e inundaram extensas áreas agrícolas, escreve o The Guardian. Na Argentina a produção de trigo caiu 30% e uma queda similar é esperada no Brasil, nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Leia mais.
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