Candidato derrotado questiona resultado preliminar de eleição no Afeganistão
Cabul, 22 dez (EFE).- A equipe do chefe de governo do Afeganistão e candidato à presidência do país, Abdullah Abdullah, afirmou que considera como ilegítimos e fraudulentos os resultados preliminares das eleições divulgados neste domingo que confirmam a reeleição de Ashraf Ghani para o cargo.
"Queremos anunciar claramente que a Aliança e Estabilidade (partido político de Abdullah) nunca aceitará esses resultados baseados em fraude até que nossas exigências e preocupações legais sejam atendidas", disse a equipe do candidato em comunicado.
Segundo a Comissão Eleitoral Independente (IEC), que divulgou os resultados preliminares hoje quase três meses depois da realização do pleito, Abdullah obteve 39,5% dos votos, ficando com o segundo lugar. Ghani, candidato à reeleição, venceu com 50,64%.
"A IEC anunciou o 'resultado preliminar' antes de responder às preocupações legais e técnicas da Aliança e Estabilidade. Além disso, não invalidou e filtrou 300 mil votos fraudulentos e suspeitos. Utilizaremos todas as opções legais disponíveis para defender os votos limpos da população. Nunca aceitaremos um governo baseado na fraude", denunciou a equipe de campanha de Abdullah.
Cerca de 2,7 milhões dos 9,6 milhões de eleitores foram às urnas no último dia 28 de setembro. A baixa participação se explica em parte pelas contínuas ameaças dos talibãs e em outra pela desconfiança da população sobre o processo de votação.
Do total de votos, segundo a IEC, 1,92 milhão foram verificados biometricamente. Somente 1,8 milhão foram declarados válidos pela comissão.
Desde o início da apuração a equipe de Abdullah afirma que há cerca de 300 mil votos fraudados que deveriam ser invalidados e auditados. Como forma de protesto, aliados do chefe de governo bloquearam a contagem das urnas em sete das 34 províncias do país, o que provocou um grande atraso na divulgação dos resultados.
Os candidatos têm agora três dias para apresentar queixas à IEC, que só publicará o resultado final quando responder a todas elas. EFE
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