Morre Claudio Bonadio, juiz argentino que investigava Cristina Kirchner
O juiz federal argentino Claudio Bonadio, encarregado de vários casos emblemáticos de corrupção e que investigava a ex-presidente do país e atual vice, Cristina Kirchner, morreu hoje, aos 64 anos, em Buenos Aires, informaram fontes jurídicas à Agência Efe.
Bonadio havia sido operado devido a um problema de saúde no ano passado, mas retomou o trabalho normalmente até dezembro. Depois, tirou um mês de férias e decidiu solicitar uma licença compensatória até 1º de março, disseram fontes da secretaria do Juizado Federal 11, que era presidido pelo magistrado.
Com uma longa carreira de 26 anos como juiz federal, Bonadio tratava de casos com forte impacto político. Em um dos mais relevantes, levou Cristina Kirchner a julgamento e ditou nove prisões preventivas contra a ex-presidente, com pedidos para remover os privilégios parlamentares que a protegiam.
O magistrado tratou do caso conhecido como os "cadernos de corrupção", sobre o suposto pagamento de propina por empresários a ex-funcionários do alto escalão do governo de Cristina Kirchner e pelo qual processou a atual vice-presidente, acusada de ser a suposta chefe de uma associação criminosa.
Cristina afirmou em várias ocasiões que foi vítima de "perseguição judicial" e denunciou haver uma "guerra judicial".
A advogada Graciana Peñafort, que representou Cristina Kirchner em alguns casos e atualmente é diretora de assuntos jurídicos no Senado, disse nesta terça-feira que Bonadio "nunca foi um bom juiz".
"Ele era um homem que vinha da política e se dedicava a perseguir pessoas", disse à "Radio con Vos".
Outros, como o advogado Mariano Cúneo Libarona, destacaram a "independência" de Bonadio no Poder Judiciário.
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