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Rússia rejeita proposta da ONU por um cessar fogo no noroeste da Síria

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertiu sobre a iminência de uma operação do exército do país em Idlib - Hamza al-Ajweh/AFP
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertiu sobre a iminência de uma operação do exército do país em Idlib Imagem: Hamza al-Ajweh/AFP

19/02/2020 20h48

A Rússia rechaçou nesta quarta-feira a solicitação do Conselho de Segurança da ONU para que seja acordado um cessar fogo na província de Idlib, na Síria, que vem sendo alvo de uma ofensiva do regime de Bashar al-Assad, apoiada por Moscou.

Segundo fontes diplomáticas, a oposição da delegação russa impediu que fosse levada adiante a mensagem, que precisa do apoio de 15 estados-membros do órgão das Nações Unidas.

"Tentamos, com muita força, ter uma declaração à imprensa pedindo a cessação das hostilidades e a autorização para o acesso humanitário à Idlib. A Rússia, basicamente, disse que não, o que é muito doloroso", afirmou o embaixador da França, Nicolas de Rivière.

O representante francês junto a ONU falou com jornalistas logo depois da reunião do Conselho de Segurança, em que o embaixador russo, Vasily Nebenzya, defendeu a necessidade de combater os grupos terroristas que controlam boa parte de Idlib e de que o governo da Síria recupere a autonomia de todo o território do país.

Durante a sessão, as potências ocidentais pediram uma interrupção na ofensiva e defenderam que o chamado processo de Astana - impulsionado por Rússia, Irã e Turquia, para estabelecer um cessar fogo e uma zona desmilitarizada no noroeste sírio - já não está surtindo efeito.

Nos últimos dias, Moscou e Ancara vêm discutindo um acordo para administrar a situação na região, mas até o momento não conseguiram alcançar resultados positivos, em meio ao rápido avanço das tropas das forças leais a Al-Assad e aliados.

Nesta quarta-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertiu sobre a iminência de uma operação do exército do país em Idlib, o que classificou como o "último alerta" para o governo da Síria.

A Rússia respondeu a ameaça, garantindo que uma ação militar turca seria "o pior cenário" e pediu que o diálogo fosse mantido.